Apresentado em janeiro, atacante do Palmeiras se recupera de complicada lesão no joelho esquerdo e conta os dias para, finalmente, poder estrear pelo clube
No dia 17 de janeiro, antes de um amistoso contra o Shandong Luneng, da China, em sua arena, o Palmeiras apresentou os atacantes Dudu e Kelvin. Exatos 75 dias depois, o primeiro é titular e um dos atletas mais badalados do elenco, renovado após a chegada de 20 reforços. O outro, prejudicado por uma lesão no joelho esquerdo, sequer teve oportunidade de entrar em campo. Treinos, exercícios, academia, pressão psicológica… A rotina de Kelvin Mateus de Oliveira tornou-se uma torturante contagem regressiva para voltar a fazer o que mais gosta: jogar futebol.
Seis dias após ser apresentado diante da torcida alviverde, o atacante de 21 anos viu um filme passar pela própria cabeça em poucos segundos. Sofreu um entorse no joelho esquerdo durante treino de pré-temporada do Palmeiras em Itu, no interior de São Paulo. Amparado pelos médicos do clube, temeu o pior. Três dias depois, com o local menos inchado, descobriu que se tratava de uma lesão no ligamento colateral lateral, que provavelmente o tiraria do Campeonato Paulista.
– Eu nunca me machuquei, nunca tive uma lesão grave como essa. Tive outras lesões, mas fiquei no máximo uma ou duas semanas parado. Na hora, ali, passou aquele filme ruim na cabeça de: “Ah, vou ter que fazer cirurgia, vou ter que ficar três ou quatro meses parado”. Para depois voltar e completar seis meses sem tocar na bola…
– Passou só coisa ruim. Mas o doutor já me viu na hora, me tranquilizou, falou que não era tão grave quanto eu estava pensando. Não foi legal. Eu estava sem jogar, estava ansioso, e acabei me lesionando. Agora a parte ruim já passou. Estou com pensamento positivo e só quero coisas boas – contou
Do grupo montado para este início de temporada, apenas Kelvin e Cleiton Xavier, que teve problemas envolvendo sua documentação de transferência do Metalist, da Ucrânia, não tiveram oportunidade de entrar em campo pelo menos uma vez. Aos 19 contratados para o Paulistão, juntou-se o lateral-esquerdo Egídio, apresentado pelo Verdão nesta quarta-feira, mas cuja estreia provavelmente acontecerá somente no Campeonato Brasileiro, em maio.
Apesar da lesão, o departamento médico descartou cirurgia no joelho esquerdo do atacante. Aos poucos, Kelvin assimilou a ideia de que não haveria outra saída senão trabalhar para ficar à disposição de Oswaldo de Oliveira o quanto antes. O treinador conversou particularmente com o atleta e deixou claro que ele teria seu espaço, independentemente da concorrência e do maior tempo de rodagem dos outros jogadores.
– Ele (Oswaldo) me tranquilizou, disse para eu ter paciência que minha hora chegaria, tudo tem seu tempo. Acontece, é coisa do futebol.
Kelvin se tornou profissional aos 17 anos de idade, vestindo a camisa do Paraná Clube, onde começou a jogar futebol aos 10.
Destaque no Campeonato Brasileiro da Série B de 2010, não teve oportunidade de disputar a elite do futebol nacional: partiu para o Porto, de Portugal, onde se tornou herói ao fazer o gol do título português em maio de 2013, contra o arquirrival Benfica, no penúltimo jogo daquela temporada. Alguns meses depois, voltou a ficar em baixa e a cogitar o retorno ao país de origem.
Quando recebeu a proposta do Palmeiras, Kelvin não pensou duas vezes. A decisão de sair da Europa para jogar no futebol brasileiro não é vista como um passo atrás pelo atacante. Mesmo ciente da diferença dos estilos e do nível técnico no outro continente, ele se mostra empolgado para vestir a camisa alviverde e lutar por um título nacional também aqui.
– É tudo um sonho. Todo jogador quando é pequeno quer Champions, Copa do Mundo, mas o Campeonato Brasileiro, hoje em dia, é de alto nível. Vários jogadores bons vieram da Europa para cá, e eu estou aqui para jogar o Brasileiro, a Copa do Brasil. Estou com a cabeça aqui, completamente focado. Quero representar o Palmeiras 100% – afirmou.
Acostumado ao 4-2-3-1, esquema tático utilizado por Oswaldo no Verdão atualmente, Kelvin diz ter as características exatas para preencher uma das vagas de atacantes abertos pelas pontas. A ansiedade da torcida por vê-lo como mais uma opção no reforçado elenco alviverde é recíproca.
– Eu entrei de cabeça e aceitei de primeira. Esse ano tem tudo para dar certo. Eu sou um desses que quer representar o Palmeiras.
Fonte: Globoesporte
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