O Palmeiras comemora nesta segunda-feira (27) os 95 anos da compra do Parque Antártica, palco de grandes conquistas da história do Alviverde.
Ao longo de quase 100 anos, o estádio passou por algumas fases que ficaram marcadas por diferentes mudanças em sua estrutura física e que hoje dá lugar ao Allianz Parque, inaugurado em 2014 e que representa um dos maiores motivos de orgulho do torcedor palmeirense.
Local do primeiro jogo da história do Campeonato Paulista de 1902, o Parque Antártica recebeu o Palestra Italia (atual Palmeiras) pela primeira vez apenas em 1917 – na oportunidade, o Verdão venceu o Internacional-SP por 5 a 1, em partida válida pelo torneio regional.
O primeiro gol palestrino no Parque Antártica, marcado contra o Internacional-SP, foi feito por Caetano Izzo. Naquele mesmo ano, Caetano ainda seria o primeiro jogador da história do Palmeiras (à época, Palestra) a balançar as redes corintianas – no primeiro Derby contra o maior rival, o Verdão venceu por 3 a 0 com três gols de Caetano.
Como arrendatário, o Palestra mandou os seus jogos no Parque Antártica até abril de 1920. Os números comprovam a superioridade do time esmeraldino no Parque Antártica mesmo antes de se tornar o proprietário: entre abril de 1917 – quando jogou pela primeira vez no campo – e abril de 1920, foram 22 partidas, 14 vitórias, quatro empates e quatro derrotas, sendo 56 gols marcados e 29 sofridos.
No dia 27 de abril de 1920, há exatos 95 anos, a diretoria do Palestra Italia assinava um dos contratos mais importantes da história da agremiação. Por 500 contos de réis (uma fortuna para o período), o Palestra se tornava dono do Parque Antártica. O episódio da compra do terreno ficou conhecido como “A Loucura do Século”.
“Um clube recém-fundado que dava passos gigantescos…”, foi assim que José Mariano Barrella, diretor do Acervo Histórico do Palmeiras, descreveu o momento que vivia a equipe à época. “O clube tinha apenas cinco anos de existência. Realmente foi a loucura do século, pois era um time que nem sequer tinha conquistado um título, mas que já havia adquirido o seu estádio. A aquisição foi efetivada em abril de 1920, e o título viria naquele mesmo ano, porém, apenas em dezembro”, completou Barrella.
O Palestra Italia, ao longo das prestações, viveu uma terrível crise financeira e, para se livrar da dívida, precisou vender parte de seu terreno para as indústrias do Conde Francisco Matarazzo.
“Foi dada uma entrada de 250 contos de réis, acrescida de mais 32 contos referente ao imposto de transmissão. Faltavam, portanto, mais duas parcelas de 125 contos, e a primeira foi devidamente paga. Na hora de pagar a segunda, porém, o Palestra esbarrou em uma limitação de orçamento, sendo obrigado a vender uma parte do Parque Antártica (onde hoje se localiza o Shopping Bourbon) para saldar a dívida”, afirmou o diretor.
A história registra que o debute do Palestra Italia na condição de proprietário do estádio aconteceu em 16 de maio de 1920. Em jogo válido pelo Campeonato Paulista, o Palestra bateu o Mackenzie-SP por 7 a 0 e, novamente, Caetano Izzo foi quem marcou o primeiro tento.
Primeira grande reforma: Cimento Armado
Após adquirir o estádio, em 1920, o Palestra Italia reformou e melhorou o visual de sua casa nos anos 30. Na oportunidade, a reforma foi tão bem vista que fez do campo do Verdão o principal palco de eventos esportivos da cidade de São Paulo até o surgimento do Pacaembu, em 1940.
As velhas pranchetas de madeira das décadas de 10 e 20 deram lugar a modernas arquibancadas de cimento armado. As novas arquibancadas eram retas e ficavam de frente uma para a outra, estando o campo de futebol localizado entre elas duas.
O jogo que marcou o debute do novo visual do estádio, aconteceu em 1933: o Palestra Italia goleou o Bangu-RJ por 6 a 0, em partida válida pelo Torneio Rio-São Paulo.
Segunda grande reforma: Jardim Suspenso
Chegaram os anos 60 e, com ele, mais uma Era vencedora na história do Verdão. Além dos títulos, o Palmeiras pôde contar também com um estádio que possuía características pouco comuns em relação às dos outros estádios: havia sido construída uma meia-lua de arquibancada, em forma de ferradura, e o campo de futebol foi elevado cerca de três metros em comparação ao nível do solo, formando uma espécie de fosso ao seu redor.
O derradeiro prélio no estádio antes desta reforma, que ocorreu durante a primeira metade da década de 60, havia sido um Palmeiras x Jabaquara, em 17 de dezembro de 1961. E o jogo que inaugurou o elegante Jardim Suspenso, como ficou conhecido, foi o embate entre Palmeiras e Esportiva Guaratinguetá-SP, em 07 de setembro de 1964, do qual o Alviverde saiu vitorioso por 2 a 0.
Os aspectos que a casa palmeirense ganhara em 1964 perduraram até 2010, ano do fechamento do estádio para o início das obras que dariam origem ao Allianz Parque. Entre este espaço de 1964 a 2010, portanto, pouquíssimas mudanças aconteceram em sua estrutura física.
A maior série invicta do Palmeiras no estádio, contudo, ocorreu justamente em um período em que o Verdão não obteve nenhuma conquista, entre 1986 e 1990. No total, foram 68 jogos (todos oficiais), sendo 44 vitórias e 24 empates.
Terceira grande reforma: Allianz Parque
Quatro anos separaram a torcida palmeirense de sua casa. O último jogo no velho Palestra aconteceu em 09 de julho de 2010, em um amistoso entre Palmeiras e Boca Juniors-ARG. A última partida válida por competições oficiais, porém, aconteceu em 22 de maio de 2010: o Palmeiras superou o Grêmio por 4 a 2.
Desde que abriu as portas em 2014, no jogo ante o Sport, o Allianz Parque recebeu um total de 15 jogos do Palmeiras: o Verdão venceu 11 vezes, empatou uma e perdeu três, marcando 25 gols e sofrendo 10. Se computados os jogos desde 1917, a equipe alviverde acumula um total de 1587 atuações (1076 vitórias, 319 empates e 192 derrotas). Marcou 3728 gols e sofreu 1495.
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