Diego Garcia Barboza (@diegogarbar)
Redação Mídia Palmeirense
Nos últimos 7 confrontos contra o Atlético-MG, o Palmeiras perdeu 6 partidas. A nossa última vitória veio em 2011, num 3×2 no Pacaembu. Nessa sequência conseguimos apenas um empate por 2×2, esse ano no Allianz Parque. Dito isso, sabíamos da dificuldade em enfrentar o time mineiro no Independência e que um empate deveria ser encarado como 1 ponto ganho lá. O Palmeiras mais uma vez conseguiu abrir o placar da partida e fazia uma boa apresentação nos momentos iniciais do jogo, postado em seu campo e explorava os contra-ataques nos espaços deixados pelo adversário, que vinha para cima com a intensidade de seus laterais e atacantes, sendo assim um começo de jogo equilibrado.
O gol do Verdão saiu bem cedo, em boa jogada na lateral direita; cruzamento de Lucas e cabeçada fulminante de Andrei Girotto. Cenário ideal: 1×0 com 5 minutos de jogo, 85 minutos sobrando para explorar os contra-ataques com inteligência, sem se desfazer da bola. Mas aí o que vimos foi a dinâmica da partida mudar completamente, para o lado negativo, em casa ou fora, quando o Palmeiras abre vantagem no marcador alguma coisa muda no psicológico dos jogadores. A transformação é tamanha, que fazer o gol cedo começa a parecer algo ruim. Uma espiral de ansiedade toma conta do time, que passa a marcar mal, se desfazer da bola, deixa de criar jogadas e aceita a pressão do adversário sem tomar uma postura combativa.
Para recapitular: contra o Flamengo fizemos um gol no começo do 1º tempo e paramos de jogar e deixamos a posse com o rival, que comandou a partida e no 2º tempo virou o marcador com 2 gols em minutos. O jogo ficou aberto, mas conseguimos empatar e virar de novo. Contra o Cruzeiro foi semelhante. Apenas uma grande jogada, finalizada com o gol de Cleiton Xavier, então a produtividade do time parou. Ficamos sonolentos, deixando o Cruzeiro rondar a nossa área perigosamente, nos atacar, até encontrar o gol no começo do 2º tempo. Aí novamente o time teve que acordar para conseguir desempatar a partida. Não levamos o segundo por sorte, pois faltou futebol. Foram 2 vitórias apresentando os mesmos defeitos.
O enredo de ontem passou na cabeça de todos antes mesmo de acontecer. O Palmeiras iria suportar a pressão do Atlético-MG e buscar jogo, ou ceder, com o jogo sonolento e sem criatividade das últimas partidas? A resposta não demorou muito para aparecer, foram quase 30 minutos de pressão até levar a virada: Com o gol de empate de Pratto aos 18 minutos e depois aos 37 em pênalti inexistente de Lucas (o nosso), que foi convertido pelo 9. Levar uma blitz do Atlético-MG no Independência não é nada anormal, onde o adversário é naturalmente agressivo, vencer é muito difícil. O problema é a postura adotada pelo Palmeiras quando começa a sofrer pressão do adversário. O time simplesmente aceita o jogo imposto e parece não saber como criar alternativas para se desvencilhar do rival. Falta velocidade no contra-ataque, são muitos passes errados e a bola fica circundado a nossa intermediária. Desse modo, fatalmente tomamos o gol.
Como nas outras partidas, depois que levamos o gol, começamos a correr atrás do prejuízo e passamos a criar algumas oportunidades. No 2º tempo, principalmente após as modificações de Marcelo Oliveira, a equipe jogou de igual para igual e passou a incomodar o Atlético. Ficamos mais expostos, mas, como já estávamos perdendo, o risco compensava. Só não empatamos pois duas bolas foram salvas praticamente em cima da linha.
Com a entrada de Gabriel Jesus, Robinho e Lucas Barrios o time melhorou e ofereceu riscos ao rival. Passou a controlar mais a bola, chegou ao ataque, mas faltou calma ou um pouco de capricho para o empate. Jogadores importantes estão abaixo do rendimento que vimos há alguns jogos, apesar de alguns lampejos pontuais: Egídio, Lucas, Robinho, Rafael Marques e Alecsandro.
Veja as notas individuais de cada jogador
Com a derrota, estagnamos com os 31 pontos, mas seguimos na 5ª posição, graças a combinação de resultados dos adversários. Perdemos uma boa oportunidade de retomar o embalo e retornar ao G-4. Já a briga pelo título parece distante, ficando a 12 pontos do topo da tabela. Sem as derrotas para Goiás, Atlético-PR, Coritiba e os 3 pontos restantes de uma vitória no confronto direto, empataríamos em número de pontos com o líder. Sem os deslizes, a derrota de ontem não teria tanto peso, porém, já que eles aconteceram, precisamos vencer jogos que estão fora da previsão e aí que a pressão é sentida. Por isso dizemos que são pontos que não voltam mais (9 pontos complicados de serem recuperados no planejamento).