Diego Garcia Barboza (@diegogarbar)
Redação Mídia Palmeirense
A rodada foi praticamente perfeita para que o Palmeiras voltasse ao G-4. O Fluminense perdeu, Atlético-PR x Sport empataram em 1×1 na Arena da Baixada, SPFC x SCCP ficaram no 1×1 no Morumbi e o Atlético-MG empatou com o Goiás no Serra Dourada. O único resultado negativo foi a vitória do Grêmio por 5×0 em cima do Inter. Mas como dissemos, de nada adianta secarmos os nossos rivais na tabela, se não conseguimos fazer a nossa parte. Obviamente as coisas não são simples dessa maneira e em campo tudo pode acontecer. Por isso cada partida deve ser encarada como uma final e o time precisa mostrar que quer vencer.
Pior do que a derrota em si, é a maneira como isso aconteceu: mais uma vez, por conta de erros individuais de seus jogadores. O Palmeiras não começou o jogo bem em campo. A entrada de Amaral no lugar de Gabriel não supre as nossas necessidades no meio de campo. As características são outras: o jogador não tem a mesma mobilidade e dinâmica de jogo do titular. Isso sobrecarrega Arouca diretamente em campo, que fica mais preso e não pode apoiar com tanta frequência. Com isso, a intermediária foi dominada pelo Cruzeiro e os 3 volantes do esquema de Luxemburgo, não deixavam o Palmeiras com a posse de bola.
A partida mal tinha iniciado e já tomamos um gol, aos 5 minutos, em uma falha individual de Leandro Almeida. O jogador tentou fazer a proteção da bola até a linha de fundo, mas recebeu uma carga em suas costas (como era de se esperar) e caiu. O árbitro entendeu como lance normal (interpretativo), a jogada prosseguiu com Vinícius Araújo que driblou Victor Ramos dentro da área e tocou para Alisson sozinho, para empurrar para o gol. Um gol precoce que atrapalhou todo o planejamento do treinador para o jogo.
E aí o Palmeiras demorou ainda mais para se acertar em campo. O ritmo inicial do Cruzeiro diminuiu, mas o adversário foi melhor durante todo o primeiro tempo. Não foram muitas as chances criadas, mas o Verdão não se encontrava no jogo e não mostrava poder de reação. Aos 44 minutos, um novo lance polêmico em que a interpretação do árbitro (na verdade o árbitro que fica atrás do gol sinalizou a infração) pesou contra o Palmeiras. Marinho cruzou de fora da área e a bola bateu no braço de Victor Ramos. O juiz marcou o pênalti. Marinho foi para a cobrança e Fernando Prass fez uma defesa gigante. Jogo para o intervalo.
Na volta para o 2º tempo duas mudanças no time: Alecsandro voltou no lugar de Leandro Pereira e Amaral saiu para a entrada de Cleiton Xavier. Modificação ensaiada durante os treinamentos da semana. Com a troca, realmente ouve uma melhora na distribuição de jogo e ocupação de espaços no meio. O Palmeiras conseguiu se impor dentro de campo e foi com tudo para cima do Cruzeiro em busca do empate. Fábio fez grandes defesa que impediram o gol do Palmeiras, até o momento que o argentino Cristaldo entrou no lugar de Robinho, e em 15 segundos conseguiu estufar as redes. Muita estrela do atacante.
As modificações deixaram o Palmeiras bastante exposto em campo, mas mostravam que Marcelo Oliveira queria a vitória a qualquer custo. O jogo era franco e movimentado, e um vacilo de qualquer lado poderia decidi-lo. E aí infelizmente ele aconteceu do nosso lado. Em um lance de contra-ataque, onde estávamos com a posse de bola no meio, Cleiton Xavier errou um passe de meio metro e devolveu a bola para o Cruzeiro, no contra-ataque do contra-ataque. O Palmeiras conseguiu se recompor na defesa, mas De Arrascaeta encontrou um espaço pela esquerda, cruzou pro meio da área e o gol do Cruzeiro saiu. Três falhas individuais na mesma jogada: a 1ª no passe de Cleiton Xavier que devolveu a bola pro Cruzeiro, a 2ª novamente dele pois voltou para marcar até a área, mas não deu cobertura para Lucas (ficou olhando parado) e a 3ª de Victor Ramos que fechou na pequena área marcando a bola e não o jogador adversário. O gol fechou a conta e a partida acabou com a derrota por 2×1.
O primeiro tempo da partida parecia uma continuação do jogo contra o Atlético-PR na semana passada. O Palmeiras manteve a péssima apresentação daquela tarde e não se encontrou em campo. O motivo parece ser um só: em ambos os jogos perdemos o controle do meio de campo. Além do que o ataque não apresentou a eficiência vista em outros jogos.
Vimos 3 configurações de meio campo nesses últimos 180 minutos. O primeiro a entrar no lugar de Gabriel foi Andrei Girotto. O jogador não fez uma boa partida (assim como o resto do time) e não conseguiu dar continuação a dinâmica do jogo. Ontem, Amaral foi o escolhido por Marcelo Oliveira para fazer a função, mas a equipe não se comportou da maneira esperada. O volante ocupa os espaços de modo diferente, dá uma boa proteção para a zaga, mas o meio parece ficar com um buraco com a sua presença. E por último, Cleiton Xavier, que atuou nos 45 minutos finais do jogo de ontem. Em termos de distribuição de jogo, esse parece ter sido o jogador que mais se aproximou de Gabriel. Com ele e Robinho no meio de campo, as jogadas fluíram melhor, mas Arouca teve de se sacrificar mais. Foi nesse momento que o Palmeiras teve o domínio da partida e conseguiu encurralar o Cruzeiro. O gol de empate veio depois que Robinho saiu, mas o time com 4 atacantes ficou muito exposto sem um dos meias. E aí tomamos um gol em uma vacilo inacreditável de Cleiton Xavier no começo da jogada.
O dilema continua. Essa vaga naturalmente seria de Cleiton Xavier. O jogador é o mais qualificado dos 3 que entraram e deu melhor posse de bola ao Palmeiras. Arouca, porém, ficou sobrecarregado na marcação. Mas até agora, foi com ele em campo o futebol melhor apresentado pelo Verdão nos últimos jogos.
Então o que será feito por Marcelo Oliveira?
- Primeiro o time precisa retomar o bom futebol de 3 jogos atrás. São duas derrotas seguidas em jogos que poderiam ter sido vencidos e que nos colocariam na 3ª posição (ou até em 2º). Vacilos que não podem ocorrer nessa briga pelo título, principalmente com adversários dando chance para serem ultrapassados.
- Individualmente todos os jogadores precisam voltar a render. A produtividade dos atacantes decaiu muito (principalmente de Rafael Marques, Robinho e Dudu) e os homens de trás tem errado muito, o que tem resultado em gols sofridos (Lucas, Victor Ramos, Leandro Almeida).
- Cleiton Xavier precisa dar uma resposta de verdade em campo. Qualidade ele tem, mesmo jogando abaixo do seu normal. Mas isso não é suficiente. Queremos disposição, empenho e um futebol à altura do que já apresentou. Ou será que em nossa lembrança tínhamos outro jogador e o desempenho dele será esse que vemos aí?
Que esses sejam os últimos pontos desperdiçados dessa maneira.
Saudações Alviverdes!
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