Quais os motivos das 3 derrotas?
Diego Garcia Barboza
Do céu ao inferno em apenas 3 jogos. Se até a 15ª rodada despontávamos como um dos principais candidatos ao título do Brasileirão, após uma ascensão incrível, jogando um futebol coletivo, compacto e objetivo, que conquistou em 7 rodadas, 6 vitórias e 1 empate, e que nos levou à 3ª colocação;3 derrotas seguidas foram suficientes para colocar em cheque tudo o que foi apresentado e conquistado pelo time de Marcelo Oliveira até o momento.
Nas partidas contra Atlético-PR e Cruzeiro a equipe não teve boas atuações (com exceção do 2º tempo em BH onde o time buscou a vitória), mas ontem certamente vimos o pior desempenho coletivo do Palmeiras até momento. Nada funcionou dentro de campo. Enfrentamos o pior time do Campeonato até então (em termos de pontuação) e mesmo jogando fora de casa, com forte presença da torcida palestrina, os jogadores se portaram de uma maneira muito abaixo do que tínhamos visto em todos os jogos.
Ontem superamos o número de passes errados do Coritiba (o time que mais erra passes no torneio). Foram 50 erros. Não conseguimos acertar um contra-ataque em velocidade. Erramos passes infantis, cobranças de escanteio e de falta (que resultou no contra-ataque do Coritiba no 1º gol). A marcação do meio-campo não encaixou e Arouca ficou sobrecarregado como 1º volante. O time estava jogando em 2 blocos: o ataque e a defesa. Ou seja, a transição entre os dois setores não existiu e foi muita lenta. Nathan, fora de posição, esteve totalmente perdido em campo. A dupla de zaga estava exposta, sem ritmo e desentrosada. Cleiton Xavier continua há anos luz do que imaginávamos. Alecsandro entrou fora de ritmo, desentrosado e não conseguiu criar ao menos uma chance. No total foram apenas 40 segundos de lucidez em campo. Somente no começo do 2º tempo vimos um resquício de bom futebol e o gol saiu com facilidade. Depois disso, o time voltou à estaca zero de antes.
Desde a lesão de Gabriel, Marcelo Oliveira já mexeu 3 vezes na equipe, em busca de uma configuração ideal para substituir o volante: Andrei Girotto foi o primeiro escolhido pelo treinador. Ele atuou no 2º tempo contra o Atlético-PR, mas parece não ter agradado o técnico. O volante realmente não entrou bem no time e a sua apresentação esteve no mesmo nível do que foi mostrado pelo restante do time. No jogo contra o Cruzeiro, Amaral foi o titular ao lado de Arouca. O jogador teve uma atuação razoável e a sua proposta de jogo difere bastante do que víamos com Gabriel. O time ficou mais estático, perdeu a mobilidade no meio e apoio ao ataque. Para o segundo tempo, Marcelo Oliveira promoveu a entrada de Cleiton Xavier no time, recuando um pouco mais Robinho para a posição de 2º volante. Com a alteração o Palmeiras cresceu em campo e conseguiu encurralar o Cruzeiro em seu campo, até conseguir o empate. Um pouco antes do empate, Robinho deixou o campo para a entrada de Cristaldo e então Cleiton Xavier ocupou a sua posição. Com o atleta o time ganhou consistência ofensiva e mais posse de bola no meio, mas perdeu defensivamente e em velocidade.
Como foi a equipe que se portou melhor, Marcelo Oliveira resolveu repetir a escalação no jogo de ontem, mas o time não funcionou.
Será que a ausência de um jogador é suficiente para jogar todo um esquema e um time pelo ralo?
O que fica claro é que Gabriel tinha papéis muito importantes para o funcionamento do time. Ele era o principal alicerce do meio de campo, defensivamente e ofensivamente. Sem o jogador a zaga ficou desprotegida, Arouca sobrecarregado e Egídio sem cobertura quando apoia o ataque. Além disso, os contra-ataques ficaram extremamente lentos e sem criatividade. Falta um bom passador com baixos índices de erros.
Apesar de tudo isso, após 24 contratações, como o elenco pode ser tão dependente de um jogador, com tantas opções experientes e de peso no time? Perderemos o ano por conta de uma lesão? Isso não era esperado pela diretoria?
De alguma maneira Marcelo Oliveira precisa encontrar a solução para este problema no elenco. Seja ela passando por Amaral, Girotto, Cleiton Xavier, Robinho, Zé Roberto ou outra opção de esquema. O fato é que o Palmeiras ainda não encontrou um modo de jogar sem Gabriel. E sem ele, algumas deficiências que estavam encobertas, apareceram.
A ausência de Gabriel é decisiva para o baixo desempenho, mas ainda podemos ressaltar outros motivos para a queda:
- – A queda brusca de aproveitamento no ataque.
- – O péssimo desempenho individual de jogadores que vinham se destacando
- – O jogo coletivo que parou de funcionar
- – O excesso de erros de passes
- – Preciosismo na hora das finalizações
- – Alta rotatividade de atletas na zaga (falta entrosamento)
- – Titularidade não justificada em campo
Em nossa visão, esses são os principais problemas que estão afetando o time em campo. Não vamos deixar de apoiar, independente do que aconteça. Mas essa situação parece ser surreal para o que vimos em campo e pelo que temos a disposição no elenco. Precisamos de uma solução rápida. Dois times estão despontando na liderança do campeonato, porém temos tempo para recuperar os pontos perdidos. Desde que seja já, contra o Flamengo, no domingo. Do contrário, podemos começar a dar adeus as nossas expectativas nesse ano, algo que seria muito cruel para toda a massa Alviverde.
Não vamos deixar de acreditar no time. Estaremos juntos até o fim.
Saudações Palmeirenses!