Diego Garcia Barboza (@diegogarbar)
Redação Mídia Palmeirense
O jogo de ontem contra o Internacional, pelo retrospecto histórico no Beira-Rio, sempre é o confronto mais complicado que temos na tabela do campeonato. Não se sabe o motivo pelo qual o Palmeiras tem uma desvantagem tamanha naquele local, parece uma maldição. Ainda mais quando vamos lá com um time todo remendado, sem 5 titulares do meio-campo. A situação só piora. Principalmente quando Marcelo Oliveira resolve mudar toda a base do time e mandar a campo uma escalação improvável.
O Palmeiras foi a campo com Fernando Prass, João Pedro, Leandro Almeida, Vitor Hugo e João Pedro; Girotto e Thiago Santos, Rafael Marques, Zé Roberto, Cristaldo; e Alecsandro. Escalação bem diferente do que a maioria imaginava. Esperávamos um time veloz, que pudesse aproveitar os contra-ataques, mas o que vimos foi o contrário, uma escalação pesada e sem mobilidade. Apesar de tudo, o jogo caminhava sem grandes perigos para nenhum dos lados. Nada era construído por nenhum dos times, até uma falta desnecessária na lateral direita de nossa área. D’Alessandro bateu no primeiro pau, Nildo conseguiu vencer Vitor Hugo e Alecsandro e deu uma casquinha na bola que encobriu Prass. Mais uma impressionante gol de cabeça de bola parada, exatamente como os que vimos no domingo. Só para constar, a última partida que passamos sem tomar gols, foi no dia 19/07 contra o Santos. De lá para cá a nossa defesa foi vazada por 20 vezes em 12 jogos.
O resto do jogo foi difícil de assistir, pela baixa qualidade técnica de ambas as equipes. Uma partida sofrível de dois times que estão na luta pelo G-4, mas que certamente passam longe de apresentar o seu melhor futebol. O Inter estava com o seu time titular, já o Palmeiras cheio de desfalques. Não fosse isso, ou talvez algumas peças diferentes em campo, poderíamos ter empatado ou vencido o jogo tranquilamente. Mas Leandro Almeida depois de bater muito, conseguiu ser expulso e nos prejudicou. Mesmo com um a menos, após a entrada de Allione e Mouche, o time melhorou e foi pro abafa, principalmente quando Nildo foi expulso. Mas o Inter conseguiu se segurar e o jogo acabou 1×0.
Mais uma derrota inexplicável do Palmeiras, que viu o seu desempenho fora de casa despencar e o aproveitamento no geral também. A sorte é que do 4º ao 11º a tabela continua embolada. Mas a realidade é que só nessa última sequencia poderíamos estar com 43 pontos e brigando pelo título. Sem contar os tropeços anteriores absurdos. De qualquer modo, apesar da 8ª posição, com 1 vitória podemos até entrar no G-4.
Quais os principais motivos para a queda de ontem?
A dupla de zaga não tem sequencia, Vitor Hugo se mantém como titular e o seu parceiro varia a cada jogo. Victor Ramos era o titular e se machucou. Aí Jackson, o seu reserva imediato, foi preterido por Leandro Almeida, que entrou em alguns jogos, mas foi afastado por atuações fracas. Jackson voltou a ser aproveitado como titular e alternou bons e maus momentos, até que Victor Ramos voltou da lesão, retomou a titularidade em alguns jogos, mas ficou suspenso justamente para a partida de domingo. O treinador então resolveu trazer de volta Leandro Almeida para o derby (atuação fraca) e insistiu com ele na partida de ontem. Resultado: atuação péssima e expulsão infantil telegrafada.
Na lateral esquerda um dilema foi criado e a dúvida segue: optar por Egídio, que foi o melhor lateral esquerdo de 2014, chegou ao Palmeiras, fez grandes jogos, mas caiu de rendimento? Ou por João Paulo, que era reserva do Flamengo e até agora não apresentou nenhum motivo para ser titular? Para Marcelo Oliveira a segunda opção parece ser a melhor, já que Egídio aparentemente é o terceiro reserva para o setor no momento. Não sabemos se o treinador quer dar um choque no jogador, assim como fez com Lucas (e funcionou). Mas ter Egídio no banco e ver as atuações de João Paulo é complicado.
A constante troca entre volantes no meio de campo também tem atrapalhado muito o time. Arouca é incontestavelmente o titular. E aí a segunda vaga está entre Amaral, Girotto e Thiago Santos. Amaral foi titular em 2 jogos, mas após a fraca atuação de domingo foi sacado. Aí Girotto reaparece e Thiago Santos também. No ataque Rafael Marques, antes titular absoluto, teve uma queda de desempenho e amarga o banco. No clássico, momento que mais marca gols, foi deixado de lado para a entrada de Allione, que não jogava há meses. Logo, imaginávamos que eles formariam o trio de ataque contra o Inter. Mas não, Rafael Marques veio como titular e Allione no banco. E Cristaldo foi escolhido para jogar fora da área. Posição em que não rende.
São muitos os questionamentos. Desde a perda de Gabriel o time desandou. Marcelo Oliveira sofreu para conseguir retomar o desempenho e encontrou uma boa formação desde a partida contra o Cruzeiro. Porém em um jogo com 5 desfalques, tudo vai por água abaixo, os critérios ficam confusos, os jogadores perdidos, não rendem e nada dá certo. Até o treinador parece perdido.
De positivo podemos falar sobre a volta de Allione, que entrou mostrando serviço ontem e aparece novamente como uma opção. Além disso, o G-4 ainda está aí, a 3 pontos, apesar dos tropeços. E temos mais time que quase todos que estão a nossa frente, mas precisamos resgatar a vontade, gana de vencer e brigar até o fim dos jogos. Sem vacilos e desatenções que tem nos custado caro. E por fim, a partida de ontem mostrou que o time do Inter não é bom, mas tem boas peças individuais como D’Alessandro, Alex e Valdívia. Com o nosso time titular, jogando com pegada na Copa do Brasil, as chances de passarmos para as semi finais são grandes. Pelo menos tivemos um parâmetro do time que enfrentaremos nas quartas de final. Já eles, não muito.