O zagueiro Thiago Martins chegou ao Palmeiras em 2013 com 18 anos de idade, como mais uma promessa para as categorias de base do Verdão
De lá para cá, o defensor passou por bons e maus momentos na carreira, desde uma lesão que o tirou do futebol por quase um ano até a titularidade na vitória por 2 a 0 sobre o Rosario Central-ARG, na última quinta-feira (03), no Allianz Parque, pela Copa Libertadores.
“No dia em que eu tive a notícia de que o Roger Carvalho não jogaria, eu estava no mesmo lugar da vez em que estava falando ao telefone para falar da minha segunda lesão. Na hora em que fiquei sabendo, logo veio a imagem da minha lesão na Copa São Paulo, eu me recuperando depois de seis meses e tendo a segunda lesão. E, quando soube da segunda lesão, eu liguei para o meu pai e para a minha namorada. Foi um aprendizado, mas tirei forças de onde eu não tinha”, contou, revelando com detalhes o instante em que foi informado de sua participação no duelo pelo torneio internacional.
“Eu sabia que tinha de voltar a jogar, era o meu desejo e o meu sonho, mas não foi fácil. A minha família me ajudou muito, e a minha namorada também. Todos vieram para São Paulo porque não tinha condições, afinal eu morava sozinho. O Palmeiras me deu um respaldo muito grande, o Departamento Médico foi sensacional comigo, me ajudaram muito. Fico muito feliz. Na época, eu liguei para o meu pai chorando, pedindo para ele vir para São Paulo me ajudar, e agora eu estava ligando para ele e falando que talvez eu jogaria. Eu não tinha certeza, mas talvez jogaria”, declarou.
O camisa 31 (e 23, na Libertadores) admitiu, porém, que sentiu o longo período longe dos campos.
“Eu senti um pouco, o campo estava muito pesado no primeiro tempo. Na hora em que o time do Rosario foi chegando e envolvendo, eu senti cãibra, estava chegando ao meu limite, mas o time correu até o último minuto. O mais importante era sair com o resultado positivo, e isso aconteceu”, falou. “Queríamos ter o mesmo desempenho nos dois tempos, mas eles conseguiram nos envolver e tocaram muito a bola. Ficamos atrás da linha da bola e demos a vida para conseguir este resultado”, emendou o palmeirense.
Mas o zagueiro saiu satisfeito com o seu rendimento diante dos argentinos.
“Não falarei que fui bem porque tive algumas falhas, errei algumas bolas. Mas, entrando em uma Libertadores e pela primeira vez, com nervosismo e vontade de realizar tudo no campo, até com um pouco de afobação, foi uma boa experiência. Todo momento eu quis dar a vida para sair com o resultado positivo. Não vejo muito abaixo, mas também não vejo como uma partida espetacular”, analisou Thiago Martins, que recebeu muito apoio do restante do elenco antes do confronto.
“A equipe toda me disse: ‘Vai com Deus porque estamos juntos’. Eles me passaram uma tranquilidade que fez eu entrar e falar: ‘Farei o simples porque sei que tenho jogadores espetaculares do meu lado que me ajudarão’. Não tenho palavras para falar do Prass, ele é um cara sensacional e de grupo. Sempre dando instruções nos jogos e nos treinos”, finalizou.
Thiago Martins no Palmeiras
Aos 20 anos, o jovem defensor foi contratado pelo Verdão como promessa em junho de 2013 junto ao Mogi Mirim e chegou a participar da campanha palmeirense no título do Campeonato Brasileiro Série B. Depois de ficar um longo período lesionado entre 2014 e 2015, o jogador foi emprestado ao Paysandu na temporada passada, onde ganhou experiência e disputou novamente a Segunda Divisão nacional.
Neste ano, Thiago Martins foi integrado ao elenco palestrino e entrou na briga por uma vaga entre os 11 titulares do técnico Marcelo Oliveira. Ao todo, o palmeirense soma quatro jogos pelo clube (um pelo Paulistão, um pela Libertadores, um pelo Campeonato Brasileiro Série B e um amistoso).