O Palmeiras saiu derrotado no último sábado (25) do estádio do Mineirão, mas os torcedores alviverdes tiveram uma experiência ainda pior após o apito final
O Palmeiras visitou o Cruzeiro, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, e sofreu o revés por 2×1 após os 90 minutos no Mineirão. Porém, a noite dos torcedores alviverdes que foram acompanhar a equipe no estádio mineiro, e pagaram caros R$ 120 nos ingressos, provavelmente ficará marcada pelos acontecimentos no setor visitante já ao final da partida.
Enquanto diversos portais esportivos correram para noticiar o fato como uma briga entre os próprios palmeirenses ou que essa seria mais uma confusão criada pela torcida alviverde, o Mídia Palmeirense se sentiu na obrigação de ouvir o lado de quem estava presente no episódio. Todos os relatos dos torcedores recebidos criticam veementemente a ação da Polícia Militar, classificando a ação como “totalmente desproporcional”. Achamos importante ressaltar que foram ouvidos homens e mulheres, de diferentes idades, pertencentes a torcidas organizadas ou não.
O torcedor João Stanzione (foto abaixo) conta que não houve briga: “Fui pedir calma por estarem reagindo contra mulheres e crianças e tomei uma madeirada”, enquanto seu amigo Filippe Rafael diz que este foi “um dos momentos mais absurdos após algumas décadas que frequento estádio de futebol”. “Batiam e soltavam bomba em qualquer um, fosse idoso, criança ou mulher.”, informou Thiago Coletti. Palavras como covardia e truculência são repetidas em diversos relatos e, para Josimar Detomi, os torcedores não tiveram culpa: “Ouvi os policias dizendo que se não quisesse confusão que parasse de frequentar esses tipos de evento. Não pertenço a nenhuma organizada e para ser sincero recrimino várias atitudes deles. Mas pelo menos dessa vez o motivo foi sim da PM responsável pela segurança do estádio!”
De acordo com o que foi possível apurar, 15 minutos após o apito final da partida, um problema simples no setor visitante, envolvendo um torcedor que ultrapassou a corda que delimitava o espaço reservado na parte inferior da arquibancada, degraus abaixo de onde situava a maior parte das organizadas, foi reprimido violentamente por dois policiais com cassetetes de madeira. Indignados com a truculência aplicada, os torcedores mais próximos pediam calma e questionavam a ação dos militares quando foram respondidos com ataques de cassetetes, balas de borracha, gás de pimenta e bombas de efeito moral distribuídas a esmo.
A ação da PM, em um espaço confinado, fez com que diversos torcedores, entre eles mulheres e crianças, se ferissem ao tentar se afastar do gás de pimenta em um setor repleto de cadeiras ou fossem obrigados a saltar sobre divisas de acrílico para se proteger. Uma das bombas teria acertado em uma palestrina grávida, acompanhada de seu marido, que com hematomas pelo ocorrido, foi ajudada pelos torcedores e encaminhada aos cuidados de dois bombeiros que presenciaram a cena.
Alguns torcedores reclamam de uma predisposição por parte das autoridades mineiras, apontando que a bilheteria reservada aos palmeirenses era localizada ao lado da torcida cruzeirense (onde já houve confusão), a entrada dos palmeirenses no estádio só foi permitida mais de uma hora após a abertura dos portões, as organizadas só conseguiram ingressar no Mineirão no 2º tempo da partida e ainda que os palestrinos teriam sofrido ameaças após a confusão ao fim do jogo.
Sinceramente esperamos que cenas como estas não voltem a acontecer dentro dos estádios. Cabe à torcida fazer sua parte com apoio nas arquibancadas e aos responsáveis pelos eventos desarmar quaisquer situações que possam vir a ocorrer, não criar mais tumultos, especialmente com quem paga caro para ver o seu time jogar. Vale lembrar que o Palmeiras sofre risco de punições no Campeonato Brasileiro, com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo 5 jogos com portões fechados para a equipe por uma briga na partida contra o Flamengo, em Brasília.
Até o momento do fechamento deste texto não recebemos retorno por parte da Polícia Militar de Minas Gerais sobre o ocorrido. Seguimos aguardando.
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