Anunciado pelos alto-falantes, ele entrou no gramado com a bandeira alviverde em mãos e mostrou ser pé-quente antes da vitória sobre o Internacional
O tradicional Periquito ganhou neste domingo (06) um companheiro para os jogos do Palmeiras no Allianz Parque: 30 anos após a torcida abraçar o porco como xodó, o clube oficializou o símbolo e apresentou o novo mascote Gobbato, um “porcão” que também fará a festa dos torcedores na arena.
O dia de festa começou com uma homenagem ao periquito, adotado ainda em 1917 pelos torcedores do Palestra Italia e que foi reestilizado neste ano. Ele recepcionou o porco no centro do gramado e, juntos, acenaram para os torcedores e participaram de uma apresentação das cheerleaders. Vale ressaltar que, desde 2015, o Palmeiras utiliza seu dirigível oficial com o formato de um porco, que sobrevoa até hoje o estádio antes e no intervalo dos jogos.
O nome do mascote faz referência a João Roberto Gobbato, diretor de marketing do Palmeiras na década de 80 e, à época, mentor da ideia de assumir o apelido pejorativo e transformá-lo em um mascote. Alguns cartolas mais antigos rejeitaram de imediato a proposta de Gobbato, mas ela ganhou força entre as torcidas organizadas e, em 29 de outubro de 1986, o canto “E DÁ-LHE PORCO… E DÁ-LHE PORCO… OLÊ… OLÊ… OLÊ!” foi entoado pela primeira vez, no estádio do Pacaembu.
O adversário na ocasião era o Santos, em um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro daquele ano que terminou em vitória por 1 a 0, com gol de Mirandinha. No jogo seguinte, diante do São Paulo, no Morumbi, o novo mascote foi integrado de vez. Torcedores levaram um porco vivo ao gramado e desfilaram em campo com fantasias e bandeiras do novo xodó. Desde então, o porco virou unanimidade e é personagem constante nas músicas cantadas pela torcida.
A alcunha, entretanto, surgiu como provocação dos rivais na década de 60: o Palmeiras foi contra a substituição de dois jogadores na lista de inscritos do Corinthians para a disputa do Campeonato Paulista de 1968 e parte da imprensa chamou os dirigentes palestrinos de porcos, alcunha usada contra os fascistas na época da Segunda Guerra Mundial.
Anos depois, no entanto, a imprensa também teve papel essencial no processo de adoção do porco como mascote. Em novembro de 1986, a conceituada Revista Placar estampou em sua capa uma foto histórica do meia Jorginho Putinatti, um dos símbolos do Palmeiras na década de 80, carregando um porco no colo. Na oportunidade, a edição da revista ganhou enorme repercussão e ficou marcada como um dos principais capítulos da história palestrina.
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