Depois de meses inesquecíveis no comando do Palmeiras, o técnico Cuca decidiu que não permanecerá no clube em 2017 por questões familiares
O comandante, que conduziu o Verdão ao título do Campeonato Brasileiro deste ano, deixa o Alviverde completamente satisfeito com o rendimento da equipe durante o período em que liderou o banco de reservas palestrino, evidenciando o seu orgulho com o empenho demonstrado pelo elenco ao longo de seu trabalho.
“Sinto que, pelo propósito que nós viemos, saio com a sensação de dever cumprido, mas deixamos uma base para o próximo treinador dar sequência. O time aprendeu a jogar unido, com um futebol solidário. Um futebol que, em algum momento do campeonato, foi mais técnico e depois passou a ser um jogo mais seguro. Tornamos uma defesa muito sólida, difícil de ser ultrapassada, e um ataque rápido. Quando unimos o ataque e a defesa, ficou gostoso de jogar. E tudo isso fica aqui para o ano que vem, e que tudo seja colhido em um ano de conquistas”, declarou o comandante, destacando a dificuldade que era vencer o Nacional.
“O prazer de levar o Palmeiras à conquista é enorme, dentro de um campeonato tão difícil quanto é o Brasileiro. Tivemos disputas contra Inter, Grêmio, Corinthians, Atlético-MG, Flamengo e Santos, e nós conseguimos ao longo das rodadas nos manter em 29 delas na liderança, sendo praticamente o melhor em tudo. A regularidade nos premiou e nos fez campeão depois de um longo tempo. Tenho um orgulho muito grande por ser campeão, e isso se deve aos jogadores, que foram os responsáveis diretos, e aos torcedores também”, afirmou.
Cuca também aproveitou para detalhar o motivo de sua saída do Palmeiras.
“Os motivos já foram falados, são pessoais. Já era para ter ocorrido neste ano, agora resolvemos fazer. Já tinha avisado a diretoria, tudo o que apareceu depois foram rumores e especulações, nada é verdade. Para deixar bem claro, o meu ambiente aqui foi o melhor possível. Lógico que você não vai agradar a todos, não tem como e nem era o nosso propósito. Fui o mais franco e direto possível, sempre falando para o grupo, por isso tive o respeito de todos”, explicou o técnico.
Outro assunto comentado pelo treinador foi o acidente aéreo que aconteceu com a delegação da Chapecoense na semana passada em território colombiano.
“É uma pena que, quando tínhamos uma semana boa para curtir o título, aconteceu aquela catástrofe, que até hoje não sai da nossa cabeça. Tomou conta e não poderia ser diferente, é muito maior do que qualquer título que um ser humano possa ter. Estávamos com a Chapecoense dois dias antes e fica muito claro em nossa mente. É como se fosse o time de todos, uma comoção grande e geral”, disse, exaltando a solidariedade de todos após a tragédia na Colômbia.
“O que fica de legado é ver o mundo todo abraçando a causa e depois os torcedores fazendo isso também. Vimos os torcedores do Palmeiras, São Paulo e Corinthians unidos em frente ao Pacaembu para homenagear a Chapecoense. Acho que depois de uma tragédia dessa o sentimento aflora no ser humano, mas que não seja esquecido. Que possa ser assim, como era no passado também. Eles mostraram que o mundo pode ser melhor”, finalizou.
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