Em três anos, o Palmeiras enfrentou o São Paulo cinco vezes no Allianz Parque e venceu em todas elas, chegando a um excelente saldo de gols
Carlos Massari (@carlosmidiasep)
Colunista da Mídia Palmeirense
Nossa casa faz com que o São Paulo tenha pesadelos horríveis. Quando se aproxima o choque-rei no Allianz Parque, os torcedores do rival começam a suar frio. Eles se lembram de cada derrota, de cada goleada, de cada golaço. Pensam em como a sina é horrível ao adentrar o estádio mais bonito das Américas. Em como mais uma vez sairão de campo humilhados, tendo que dar justificativas sobre o porquê de mais uma vez terem ido buscar a bola no fundo das redes um milhão de vezes.
O placar dos clássicos no Allianz Parque já aponta 16 a 3 para o Palmeiras. Apesar de ser sido um dos mais disputados e difíceis dessa leva, o de ontem se desenvolveu no final de uma forma que manteve a risca. Só uma vez marcamos menos de três gols, e foi na campanha do título, quando furamos um ferrolho com gols dos saudosos Vitor Hugo e Mina para virar uma partida complicadíssima.
Quando falo de saudades de Vitor Hugo e Mina, não falo apenas pelos gols marcados. O sistema defensivo alviverde continua padecendo. Comete erros bobos de marcação e posicionamento, permite muito mais finalizações e oportunidades do que deveria. Sofremos dois gols por desatenção, poderíamos ter sofrido mais. Vencemos esse jogo mais pela vontade do destino do que por juízo.
O destino impôs que marcássemos golaços. Primeiro com Willian, enfiando uma caneta no oponente e desferindo um chute no canto, inalcançável para Sidão. Depois com Keno, em uma bela finalização de primeira, mais uma vez superando de certa distância o arqueiro rival. Não há como recebê-los sem abrir o arsenal de belos gols. Faltou a cobertura, infelizmente. Rogério Ceni deveria voltar a jogar para sofrer mais alguns desses.
O destino impôs que encaixássemos jogadas bem trabalhadas após muitos jogos falhando no quesito. O lançamento de Tchê Tchê, jogador que faz um 2017 tão abaixo de 2016, achando Willian livre na ponta esquerda para fazer o cruzamento que resultou no gol de Hyoran, foi um sopro de esperança. Imaginem se com tantos atletas talentosos a bola começasse a ser bem tratada? Imaginem se a velocidade realmente passar a ser explorada e utilizada de forma vertical e prática?
O destino impôs que saíssemos da fase ruim, da lembrança da eliminação, das três partidas sem vitória. Que triunfássemos novamente sobre o rival, que mantivéssemos nosso placar avassalador sobre eles. Dezesseis a três em cinco jogos é muita coisa, uma vantagem gigantesca. O São Paulo deveria fazer uma petição para não jogar mais no Allianz Parque.
Mas o campeonato continua, e não são todos os rivais que tremem tanto em nosso estádio. Temos que rodar o Brasil e continuar a busca pelo bom futebol perdido. Pelo posicionamento da defesa, por bons jogos dos laterais, por mais jogadas que encham os olhos. Cuca tirou um peso de cima dos ombros ao voltar a vencer, mas uma vitória é pouco na situação atual do Palmeiras.
Tabu mantido, goleada ampliada, 16 a 3. Duas semanas de treino e campeonato que segue. Será que chegou a hora da virada?
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