Apesar de vencer o Barcelona-EQU por 1 a 0, com gol e Moisés, o Verdão perdeu nos pênaltis pelo placar de 5×4 e deu adeus à briga pela competição continental
Com o mando de campo a seu favor e sob o incentivo incessante de mais de 38 mil torcedores durante todos os 90 minutos, o Palmeiras recebeu o Barcelona de Guayaquil-EQU no Allianz Parque, na noite desta quarta-feira (09), pelo jogo de volta das oitavas de final da Conmebol Libertadores Bridgestone.
O jogo marcou a estreia do goleiro Jailson e do meia Moisés no torneio. O autor do gol alviverde nesta quarta-feira, inclusive, voltou a figurar em uma partida no último domingo, pela 19ª rodada Campeonato Brasileiro, contra o Atlético-PR, e deixou uma boa impressão após jogar por 45 minutos – o jogador havia ficado aproximadamente cinco meses fora do time por lesão.
O próximo compromisso do Verdão, de acordo com o calendário vigente, será diante do Vasco da Gama, no Raulino de Oliveira, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, no próximo domingo (13), às 16h.
O jogo
A partida começou em ritmo acalorado e com o Palmeiras empurrado pela torcida, que compareceu em peso. A grande modificação apresentada pelo Verdão foi a aparição de Tchê Tchê na lateral-direita – o camisa 8 palestrino, que completou nesta partida o seu 75º jogo pela agremiação, já havia sido escalado por Cuca outras vezes na posição nesta temporada, mas nos últimos jogos vinha jogando como meio-campista, sua posição de origem.
Uma das características do Verdão ao longo do primeiro tempo do embate diante da equipe equatoriana foi a raça. O time de Cuca não deixou de acreditar em nenhuma jogada sequer, e os jogadores correspondiam ao apoio da torcida a cada lance, pressionando a saída de bola adversária e mantendo o jogo no campo de ataque. Além disso, a posse de bola também foi valorizada pelo time da casa.
Um dos destaques do primeiro tempo do time palestrino foi o capitão Dudu, que chamou a responsabilidade para si em momentos-chave da etapa inicial, driblando, prendendo a bola e até chamando faltas para o Verdão – uma delas, inclusive, ele mesmo cobrou, aos 10, e a bola tirou tinta da trave.
Outros lances marcaram a disciplina tática do Palmeiras no decorrer da partida, como quando Luan, aos 19, interceptou um ataque promissor do time rival: quando a bola ia chegando na área de Jailson, com os defensores do Palmeiras em menor número, o zagueiro palmeirense não hesitou em descarregar uma bomba para que a bola saísse pela linha de fundo; ou como aos aos 22, quando, em um lance que nasceu pelo canto esquerdo do gramado, Róger Guedes tocou de calcanhar para Egídio, que dominou, saiu em disparada e cruzou para Deyverson finalizar. Mais uma vez, a bola passou perto da trave do goleiro Banguera, assuntando a equipe visitante.
Invicto no nacional e estreante no continental, Jailson foi outra figura que se destacou, mostrando-se seguro nas ocasiões em que foram requisitado. Aos 33 minutos, o arqueiro palestrino precisou sair do gol, fazendo a cobertura da meta palmeirense em um lance de perigo: ele foi acompanhando o atacante equatoriano, que estava com a bola bos pés, até quase fora da grande área, fechando o ângulo do rival. Percebendo que o arco do Verdão estava vazio, o adversário então cruzou a bola na tentativa de encontrar um companheiro que cabeceasse para vazar o Verdão. A bola, no entanto, passou por todo mundo. Na sobra, o time equatoriano chutou pela linha de fundo – a bola bateu nas redes palestrinas pelo lado de fora.
Ainda antes de o primeiro tempo terminar, aos 39, o Palmeiras perdeu o um jogador que vinha sendo um dos principais artífices do time nessa Libertadores. O zagueiro Yerry Mina, artilheiro do Verdão na competição, sentiu dores e precisou ser substituído. Em seu lugar, entrou o experiente Edu Dracena Um dos problemas apontados pela torcida que ocorreu durante todos os primeiros 45 minutos, mas que se acentuou nos derradeiros instantes dessa etapa, foi a demora excessiva nas reposições de bola por parte do rival.
Além disso, a primeira etapa ainda ainda intrigou a torcida alviverde com dois lances duvidosos. Aos 12, Mina caiu na área do Barcelona em um lance de ataque e a torcida protestou. Aos 31, outro lance polêmico: Róger Guedes reclamou de ter sido puxado pela camisa na grande área equatoriana; os torcedores palmeirenses novamente se manifestaram, mas o árbitro argentino Nestor Pitana, que estava em cima do lance, mandou seguir.
Com Moisés no lugar de Róger Guedes, o Palmeiras voltou do intervalo precisando correr contra o relógio: àquela altura, eram necessários dois gols para que o time se classificasse diretamente (sem sofrer nenhum gol) e um tento para levar a decisão para as penalidades máximas.
Com menos de cinco minutos em campo, Moisés abriu o marcador para o Alviverde após receber de Dudu: ele poderia ter finalizado de primeira, mas esperou a zaga adversária e cortou os adversários antes de estufar as redes equatorianas. (Palmeiras 1×0 Barcelona-EQU)
Mesmo quando vencia por 1 a 0, o Palmeiras ainda se via pressionado. Aos 15 minutos, um misto de emoções tomou conta do Allianz Parque: após Deyverson ter um gol invalidado – que chegou a ser comemorado pelos palmeirenses presentes –, o Verdão amargou com uma bola na trave de Jailson. O lance deixou os alviverdes perplexos.
Durante todo a segunda etapa, no entanto, o Palmeiras soube conter os ânimos e lidar com a pressão, trabalhando em todos os setores do campo. O sistema defensivo atuou com eficiência, afastando toda e qualquer bola que se aproximava da meta palestrina. Aos 31, com Guerra no lugar de Dudu, o Verdão se encaminhou para a reta final da partida ainda visando ampliar o resultado. Com os minutos finais disputados intensamente, o Palmeiras não conseguiu vazar novamente o adversário. E por não ter sofrido gol, a vaga foi decidida nas penalidades máximas.
Pênaltis
A disputa começou com cobrança dos equatorianos. Na primeira tentativa, o time de Guayaquil converteu, chutando no centro do gol. Em seguida, foi a vez de Guerra cobrar pelo Verdão. Ele deu o troco no adversário: também chutou no centro, rasteiro, e a bola entrou – o goleiro adversário caiu para o lado direito.
Na segunda cobrança dos equatorianos, Jailson pulou para a esquerda, mas a bola havia sido disparada para o lado contrário, e a penalidade então fora convertida. Na sequência, Tchê Tchê bateu com paradinha e chutou no canto direito; para a explosão de alegria no Allianz Parque, a bola entrou!
A terceira cobrança adversária foi convertida, mas Jailson, por muito pouco, não defendeu. E na terceira tentativa do Verdão, Bruno Henrique chutou no canto direito. Sem muita força, a bola ficou fácil de ser defendida por Banguera. Tensão na casa palmeirense.
Na quarta cobrança do time equatoriano, a bola novamente entrou por muito pouco. A quinta penalidade do Verdão saiu dos pés de Keno, que chutou forte e converteu.
A emoção ficou por conta daquela que seria a última cobrança do Barcelona de Guayaquil-EQU: eis que o goleiro Jailson brilha e faz grande defesa, mantendo o Palmeiras vivo na disputa.
Na cobrança seguinte do Verdão, Moisés converteu sua penalidade, para delírio dos mais de 38 mil palmeirenses, e jogou a pressão para cima dos adversários. Na sequência, os equatorianos marcaram o quinto tento nos pênaltis. O lateral Egídio, já nas cobranças alteranadas, desperdiçou a sua chance. Desta forma, a classificação para a fase seguinte ficou com o time visitante.