O Palmeiras recebeu o Cruzeiro na noite desta segunda-feira (30) em partida válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Os dois gols de Borja garantiram que o Verdão somasse ponto no Nacional em busca de afirmação na briga pelo G-4. Com 54 pontos, o Verdão é o vice-líder do torneio, com cinco pontos de diferença para o líder, Corinthians.
Antes de entrar em campo, o Verdão somava 99 gols na temporada. Com os dois tentos, portanto, Borja marcou o gol de número o 100º gol do Verdão no ano (e também o 101º), e agora se isolou como o terceiro artilheiro da temporada, com dez gols (atrás apenas de Willian, 17, e Dudu, 13).
O Verdão também ampliou sua marca de time com o ataque mais positivo da Série A, de forma isolada. Com os dois gols marcados sobre o Cruzeiro, o Palmeiras chegou a 48 bolas na rede nesta edição do Nacional. O principal artilheiro do Verdão no torneio é o atacante Willian, com sete gols, seguido de Dudu e Borja (com seis) e da dupla Keno e Guerra (com cinco cada).
Além disso, Alberto Valentim comandou a equipe do Verdão pela quarta vez desde a saída de Cuca e, diante da Raposa, manteve o retrospecto invicto. Venceu as partidas diante do Atlético-GO (3 a 1), Ponte Preta (2 a 0), Grêmio (3 a 1) e, agora, empatou com o Cruzeiro (2 a 2) – todos os jogos foram válidos pelo Campeonato Brasileiro.
O técnico que vive boa fase, aliás, reencontrou o Allianz Parque como comandante do Verdão. Em junho de 2015, o atual treinador já havia dirigido o time na arena. Foi diante do Fluminense, pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro daquela temporada, e o Alviverde triunfou por 2 a 1. Naquela ocasião, Valentim havia sido interino – foi a única partida em que ele ficou no comando técnico da equipe entre a saída de Oswaldo de Oliveira e a chegada de Marcelo Oliveira.
Outro jogador que teve algo a comemorar além do ponto somado com o empate arrancado nos minutos finais é Egídio, que chegou ao seu 100º jogo com a camisa alviverde. O lateral está no Palmeiras desde 2015.
O empate rendeu ao Alviverde outra marca expressiva: agora acumula cinco jogos invictos diante do Cruzeiro como mandante. Desde o último revés sofrido em casa para o time mineiro, em 2014, no Pacaembu, o Verdão enfrentou o rival em quatro ocasiões e não perdeu em nenhuma delas! Foram três empates e uma vitória: 2 a 1 pela Copa do Brasil de 2015, no Allianz Parque, 1 a 1 pelo returno do Brasileirão de 2015, também no Allianz Parque, 0 a 0 pelo Brasileirão de 2016, na Arena Fonte Luminosa, e novamente no Allianz Parque, duas vezes: no empate por 3 a 3 pela Copa do Brasil de 2017 e no empate por 2 a 2 pelo returno do Brasileirão.
O Alviverde volta a campo no próximo domingo (05/11), pela 32ª rodada do Brasileirão, na Arena Corinthians (SP), contra o arquirrival alvinegro, e, em seguida, encara o Vitória, em Salvador (BA), pela 33ª rodada, na quarta-feira (08/11).
O jogo
Lotando o Allianz Parque e promovendo um barulho ensurdecedor, a torcida empurrou o Verdão desde o apito inicial, que teve como novidade dentre os titulares o meia Jean no lugar de Bruno Henrique (suspenso pelo acúmulo do terceiro cartão amarelo) em relação à equipe que entrou em campo pela 30ª rodada, na vitória diante do Grêmio (3 a 1).
Apesar do apoio incondicional, com apenas cinco minutos de bola rolando a defesa do Alviverde se atrapalhou em lance de ataque da Raposa. Na tentativa de afastar o perigo vindo de um cruzamento da equipe visitante, o zagueiro Juninho acabou vazando a própria meta. (Palmeiras 0x1 Cruzeiro)
Mesmo após sair em desvantagem logo nos minutos iniciais, o Palmeiras não se deixou abalar, e a torcida incentivava o time cantando cada vez mais alto. Assim, a equipe comandada pelo técnico Valentim continuou as investidas contra o Cruzeiro, com o ataque formado por Borja, Keno e Dudu.
Aos 15, o Palmeiras passou a, definitivamente, ditar a cadência da partida, com jogadas armadas pelo meio de campo formado por Moisés, Jean e Tchê Tchê. A defesa, formada por Egídio na lateral esquerda, Mayke na lateral direita, além da dupla de zaga Juninho e Edu Dracena, com o goleiro Fernando Prass, mostrou que não se deixou abalar com o deslize e ficou ligada a cada jogada.
Um lance em especial chamou a atenção aos 18 minutos de jogo. Keno arrancou em direção ao ataque adversário no Gol Norte, e, em dividida polêmica com o zagueiro cruzeirense, foi ao chão. A torcida e os jogadores pediram pênalti imediatamente, mas o juiz mandou seguir.
Um passe açucarado de Moisés para Keno, aos 24, quase fez nascer o gol de empate. Pela primeira vez no jogo, o Verdão passou a pressionar o Cruzeiro efetivamente. Antes disso, a bola cruzada por Tchê Tchê havia assustado a defesa adversária.
Quando o relógio já marcava mais de 30 minutos, o Verdão prosseguia criando na meta cruzeirense: o jogo ficou praticamente sendo disputado. Era questão de tempo para que saísse o gol, até que, aos 34, Borja – que dois minutos antes não havia conseguido êxito na finalização após receber assistência de Egídio – deixou tudo igual para o Verdão, à queima roupa, aproveitando uma bola sobrada. (Palmeiras 1×1 Cruzeiro)
Após o gol, a torcida alviverde se agigantou ainda mais, e o Palmeiras só não balançou as redes adversárias por pelo menos mais duas vezes por falta de sorte: uma delas com Keno, que foi fazendo fila, deixando os adversários para trás e ficou frente a frente com o goleiro Fábio, e outra com Dudu, que não conseguiu deixar a bola na medida para Moisés finalizar.
Na reta final da primeira etapa Borja – novamente ele – ainda balançou as redes mineiras. O tento, porém, foi invalidado pelo árbitro Héber Roberto Lopes, que estava em cima do lance. A jogada causou um clima embaraçoso, já que fora contestada por quase todo o time alviverde.
O Verdão voltou dos vestiários para o segundo tempo com o mesmo time em campo. Logo dos movimentos iniciais, o goleiro Fernando Prass salvou o Verdão em um ataque promissor do Cruzeiro.
Passado o susto, o Verdão reagiu e passou a atacar mais, pressionando o adversário. Uma das jogadas mais promissora dos primeiros minutos da etapa final veio com Dudu, que aproveitou rebote em lance armado por Keno e Moisés, aos 12 minutos: o goleiro Fábio se esticou para fazer um milagre, evitando aquele que seria o gol da virada palmeirense.
Após não obter êxito na finalização, o Verdão viveu o momento mais dramático da partida, aos 18 minutos, quando o meia Robinho, do Cruzeiro, que havia entrado há menos de um minuto, substituindo Rafael Marques, colocou o time visitante novamente à frente do placar. (Palmeiras 1×2 Cruzeiro)
O gol sofrido fez com que Valentim mexesse no time pela primeira vez, colocando o atacante Róger Guedes no lugar de Jean, que vinha atuando na meia. Desta forma, o Verdão passou a jogar com quatro atacantes, de forma mais ofensiva.
O placar definitivamente não condizia com o que vinha sendo apresentado em campo. Mesmo atrás do marcador, o Alviverde continuava impondo pressão diante da Raposa. Quase chegou ao gol duas vezes, com investidas de Keno e de Edu Dracena, aos 26 e aos 30 minutos.
Para renovar o fôlego do ataque palestrino, na busca implacável pelo empate – com o objetivo de para somar ponto na rodada –, Alberto Valentim resolveu substituir Keno por Deyverson. O camisa 27 do Alviverde deixou o campo sendo aplaudido pela torcida, aos 34 minutos do segundo tempo.
O Palmeiras continuou exercendo pressão diante do adversário durante quase toda a reta final da partida, e até conseguiu encontrar outro gol com Borja, aos 40 minutos. O colombiano aproveitou cruzamento de Dudu para disparar contra a meta rival. (Palmeiras 2×2 Cruzeiro)
Antes de o jogo acabar, houve uma troca de zagueiros: Edu Dracena ainda saiu para dar entrada a Luan. Ainda houve outras chances para que o Verdão saísse vitorioso. O time de Alberto Valentim acreditou até o último minuto de jogo, mas não conseguiu ser cirúrgico para marcar o gol da virada.
Palmeiras: Fernando Prass; Mayke, Edu Dracena (Luan), Juninho e Egídio; Jean (Roger Guedes), Tchê Tchê e Moisés; Keno (Deyverson), Dudu e Borja.
Gols: Borja, aos 34′ do 1ºT (1-1) e aos 40′ do 2ºT (2-2).
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