Espanhol é o favorito da diretoria para assumir o clube, porém algumas questões podem impedir acordo
Por João Lopes
A diretoria do Palmeiras já tem um alvo para a vaga de treinador do time profissional: Miguel Ángel Ramírez, treinador do Independiente Del Valle, do Equador. O trabalho do jovem técnico é observado pelos dirigentes há um certo tempo. Inclusive, o consideraram para o cargo após demissão de Mano Menezes, no final de 2019. Porém, à época, a cúpula alviverde optou por Vanderlei Luxemburgo para 2020.
Apesar de o espanhol ser considerado ‘plano A’ pela direção do clube, alguns pontos podem pesar contra o acordo. Confira conosco quais os possíveis empecilhos para o acerto:
Multa
Muito prestigiado pela direção do clube equatoriano, o treinador foi ‘blindado’ pela direção do Independiente Del Valle com uma multa rescisória de U$ 1 milhão (cerca de R$ 5,6 milhões na cotação atual). O valor é considerado alto pela direção alviverde, mas avaliam que o investimento pode ser necessário para implementar a filosofia que o presidente, Maurício Galiotte, deseja para a equipe.
Em entrevista coletiva concedida ontem (15), na Academia de Futebol, o mandatário citou inúmeras vezes que o principal critério para a escolha do próximo técnico é o ‘modelo de jogo’ que o escolhido implementará na equipe:
“O Palmeiras busca um conceito. Vamos trabalhar sempre mirando o conceito. Nomes, perfis, vamos pensar a partir de hoje à tarde. O Palmeiras precisa definir qual é seu modelo de jogo, se não for assim vamos continuar trocando treinadores. Uma vez implementada uma filosofia, vamos ter uma continuidade muito maior”
Adaptação
Ramírez disse em entrevista ao Bola da Vez, da ESPN, que tem ‘pavor ao imediatismo brasileiro’. Segundo o treinador, uma sequência ruim, de 3 ou 4 jogos, poderia gerar uma cobrança excessiva, o que vai contra o pensamento do espanhol. Vale lembrar que seu início de trabalho no Independiente Del Valle, em maio de 2019, não foi brilhante, tendo em vista que pegou a equipe em 2º lugar no Campeonato Equatoriano e finalizou a primeira parte do torneio na 5ª posição, caindo para o Delfín na fase seguinte.
Projeto de longo prazo
Umas das condições que Miguel Ángel Ramírez impõe para sair do Independiente Del Valle, é que o clube interessado o apresente um projeto de longo prazo. Contrato longo, tranquilidade para trabalhar e projeto ambicioso são parte da filosofia do jovem treinador. E esse é um dos pontos que pesam contra o Palmeiras na negociação. Durante o mandato de Galiotte foram seis treinadores efetivos, no total – Eduardo Baptista, Cuca, Roger Machado, Felipão, Mano Menezes e, o último, Vanderlei Luxemburgo, demitido na última quarta-feira (14).
Estabilidade no Del Valle
A situação confortável de Ramírez no comando do time equatoriano o faz pensar duas vezes antes de aceitar outro desafio. No Del Valle desde 2018, onde chegou, a princípio, para comandar as categorias de base da equipe, comanda o plantel profissional desde maio de 2019, e tem total suporte e confiança da direção do clube. O momento financeiro dos equatorianos é extremamente positivo e qualquer proposta que chegar para o espanhol será, provavelmente, coberta pela diretoria. Desde que assumiu o elenco profissional, conquistou a Copa Sul-Americana de 2019 e faz excelente campanha na Libertadores nesta temporada.
Que o nome de Ramírez é cobiçado pela diretoria do Palmeiras, isso não é novidade. Mas a negociação não será fácil, tanto com a direção do Del Valle quanto com o treinador, que quer um projeto sólido e ambicioso para seu futuro. Outros nomes também estão em pauta caso a negociação com o espanhol não dê certo.
Enquanto isso, Andrey Lopes comanda a equipe no jogo contra o Fortaleza, domingo (18), às 20:30 (horário de Brasília), no Estádio do Castelão.
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