O arremate para a demissão de Vanderlei Luxemburgo conta com insatisfações, críticas ao futebol apresentado, dificuldades em ajeitar posições e obter o dinamismo, e, para muitos, ideias ultrapassadas
Por Ana Lúcia Bertolino
Estrangeiro ou experiente? O Verdão vem tentando encontrar um técnico que se disponha a fazer o elenco dar o máximo, buscar o estilo ofensivo e um futebol que empolgue. Apesar de o time obter apenas cinco derrotas ao longo da passagem de Luxemburgo no comando, um total de 15 empates foi concretizado e a pressão apenas subia para a demissão.
Bastidores de análises por um novo treinador
Gabriel Heinze é um dos possíveis contatos na agenda que o Palmeiras tem. Como técnico, já passou pelo Godoy Cruz, Argentinos Juniors e trabalhou por último no Vélez Sarsfield. Não conquistou nenhum título até aqui, mas seu estilo de trabalho chama atenção.
Aluno da escola de Marcelo Bielsa, Heinze tende a pôr seus times jogando de forma bem posicional, com jogadores bem definidos. Dá espaço para que a jogada tenha continuidade e faça jogo rápido, tendo a formação 4-3-3 como sua preferida. Com a bola, o time deixa os laterais abertos para gerar amplitude e pontas enfiados para profundidade, deixando o adversário na obrigação de se descompactar para fechar a marcação e abrindo espaço na defesa adversária.
Miguel Ángel Ramírez, do Independiente Del Valle, chegou a ser especulado no fim do ano passado, após a demissão de Mano Menezes, mas o Palmeiras não abriu negociações com o treinador.
A estrutura de jogo dele é posse de bola. Desmistificando o termo que para muitos não serve de muita coisa, ele tenta conquistar os espaços que o adversário vai dando e ataca, estruturando o jogo de posição a partir de suas estratégias.
Tiago Nunes tem seu nome rodeado nas redes, e desde a retomada das competições foi possível ver uma estratégia mais conservadora e reativa, soltando o time aos poucos sem perder a consistência defensiva.
Um dos recortes de seu estilo dentro de campo é jogar no campo adversário, tendo mais oportunidade para o atacante marcar. Os meio-campistas fazem a cobertura enquanto a linha defensiva tenta manter a compactação defensiva mesmo quando a linha de ataque está subindo.
Já disse que ter mais a bola e privilegiar a condição técnica é de seu agrado, mas sabe que não é um modelo fácil de construir e vai se desenvolvendo com o passar dos treinamentos.
Dorival Júnior tem longa carreira como treinador e passou por grandes clubes do país. Nas recentes passagens conseguiu desenvolver bom futebol por algum tempo, com times que trabalhavam muito ofensivamente baseados em posse de bola e paciência. Mas em alguns momentos sofreram com a falta de objetividade.
O tempo de treinamento, inclusive, é muito salientado pelo treinador. Quando se perde a bola, Dorival coloca a retomada de bola imediata, tendo o aumento de desenvolvimento em cima de treinamentos, de mostras de vídeos, correções, trabalhos individualizados e coletivos. Outro ponto que pode ser encaixado é o “perde e pressiona”, pois mostra que pra ser condicionante, necessita de uma equipe que queira propor e trabalhar.