Pós Jogo: Relatos da Arquibancada

O Palmeiras entrou em campo nesta quarta-feira, às 22 horas, para enfrentar a equipe do ASA pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil.

Diego Garcia (@diegogarbar)

Do Mídia Palmeirense, São Paulo 28/05/2015

 

O Mídia Palmeirense esteve presente na arquibancada para acompanhar o jogo, junto ao público pagante de 17.212 pessoas (o pior desde a inauguração do Allianz Parque) e esperava que, após três jogos sem vitórias (e dois sem gols), o Verdão encerraria essa péssima sequência com um placar confortável para o segundo jogo.

O treinador Oswaldo de Oliveira montou o time com seu conhecido esquema 4-2-3-1 com Prass, Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Egídio, Gabriel e Arouca, Kelvin, Valdívia e Alan Patrick, e Cristaldo no ataque. Após a derrota para o Goiás e a reunião entre Alexandre Mattos, Oswaldo de Oliveira e elenco na Academia de Futebol, esperava-se a mudança de comportamento dos jogadores dentro de campo e principalmente que o ataque voltasse a marcar gols. Mas não foi o que se viu dentro de campo.

Zé Roberto entrou no decorrer da partida. (Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação)

Zé Roberto entrou no decorrer da partida. (Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação)

Nas arquibancadas o protesto silencioso feito pelas torcidas organizadas do Palmeiras (Mancha Verde, TUP, Savóia, Pork’s, Rasta e Camorra), contra o aumento dos valores do Avanti, continuou ensurdecedor e deu o tom do que seria o 1º tempo da partida. Com o silêncio vindo do Gol Norte, o Allianz Parque deixa de ser uma panela de pressão para o adversário e, no seu lugar, os urros e gritos de nervosismo do estádio inteiro passam a jogar contra o próprio Palmeiras dentro de campo. A partida torna-se estranha e fria.

O Palmeiras começou o 1º tempo pressionando seu adversário, que veio com uma proposta defensiva, posicionado atrás da linha da bola e pronto para os contra-ataques em velocidade (padrão dos times menores que jogam fora de casa). Com vantagem na posse de bola, o Verdão trabalhava bastante o jogo na linha intermediária do ASA, mas sem demonstrar efetivo perigo ao gol adversário. Aos 12 minutos boa jogada, Cristaldo conseguiu complementar de esquerda após cruzamento de Egídio, mas o chute saiu fraco. Em seguida Valdívia enfiou passe em profundidade para Lucas, o lateral centrou para Alan Patrick que cabeceou nas mãos do goleiro do ASA.

A bola passava de pé em pé, com a participação de praticamente todo o time alviverde postado a partir do meio campo, buscando girar o jogo para encontrar uma brecha no meio da defesa adversária e tentar uma infiltração, mas a jogada sempre era frustrada com um erro no último passe ou interceptação da defesa. Com o passar do tempo a insatisfação da torcida ficava clara, tornando a atmosfera do jogo mais tensa e negativa.

O time veio com a mesma formação para o 2º tempo, e como contra o Goiás, as torcidas organizadas romperam o protesto e passaram a apoiar o time em busca da vitória. Porém, a energia vinda da arquibancada não mudou o panorama da primeira etapa e o jogo continuava morno e sem objetividade por parte do Palmeiras. Oswaldo então decidiu mexer no time e colocou Zé Roberto no lugar de Alan Patrick, que saiu sob vaias de parte do estádio. Aos 21, a 2ª substituição com a entrada de Leandro Pereira no lugar de Cristaldo, apagado no jogo. Logo em seguida, em boa jogada pela esquerda, Zé Roberto tocou de letra para a passagem de Egídio, que cruzou para Kelvin, mas ele bateu mascado pra fora. Em outro lance o zagueiro Jackson acertou um chute forte de fora da área que passou raspando na trave do ASA.

A 3ª substituição do Palmeiras trouxe a campo Cleiton Xavier no lugar de Arouca, que vinha fazendo boa partida. E foi Cleiton que cobrou escanteio na cabeça de Jackson,  o cabeceio foi muito perto. O tempo passava e o Palmeiras apresentava o mesmo problema das outras partidas: muito toque de bola na frente da área adversária, mas nenhum chute ao gol. O ASA tentava alguma coisa, mas faltava qualidade para dar sequência às jogadas. A partida se encaminhava para o fim quando o Verdão teve as melhores chance do jogo. No 1º lance Valdívia deu belo passe da entrada da área para Leandro, que entrou por trás da zaga e bateu de esquerda mascado para a defesa de Fernando Henrique. Chance claríssima desperdiçada. No minuto seguinte Egídio foi a linha de fundo e cruzou para Zé Roberto que cabeceou livre, no chão, mas em cima do goleiro. Na última chance clara de gol Kelvin tocou para Leandro e entrou na área para receber o passe de frente e chegar batendo para o gol, mas bateu muito mal, fraco, em cima do goleiro e desperdiçou a oportunidade. Lucas ainda conseguiu um chute da entrada da área, mas o goleiro do ASA defendeu com tranquilidade.

O empate, antes inesperado, já era praticamente certo, quando o ASA encaixou dois ataques seguidos e quase transformou a noite em tragédia para o torcedor palmeirense. Na 1ª jogada, uma batida com curva do meio da rua, obrigando Prass a fazer boa defesa. No lance seguinte após escanteio, outro grande chute de fora da área que  novamente obrigou nosso goleiro a trabalhar.

Após a fraca partida, o que se ouviu no Allianz Parque foram vaias e cobranças dirigidas ao treinador Oswaldo de Oliveira. Parece ele não terá mais sossego enquanto o time não der uma resposta para a torcida em campo. O jogo de volta contra o ASA será somente após a Copa América e teremos muito tempo para acertar o time até lá. O problema é que o calendário será complicado nas duas próximas semanas: o Derby contra o nosso rival domingo em Itaquera e em seguida o Internacional novamente no Allianz Parque. Dois jogos dificílimos, em que Oswaldo precisará fazer o time retomar o bom futebol apresentado há alguns jogos, se quiser resultados positivos contra os rivais.

 

Author: MP

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