Diego Garcia Barboza (@diegogarbar)
Redação Mídia Palmeirense
Desde o ano passado, Gabriel Jesus já despontava como a provável maior revelação da base do Palmeiras dos últimos tempos, e por isso sempre foi tratado como uma joia pelo Departamento de Futebol Alviverde. O jogador foi artilheiro de todas as competições que disputou nas categorias amadoras e a expectativa em torno de seu futebol sempre foi gigantesca. Esse ano o atleta subiu e passou a integrar a equipe profissional com o treinador Oswaldo de Oliveira.
Diante da grande expectativa da torcida do Palmeiras e da imprensa em cima do jogador, o primeiro passo tomado por Oswaldo parece ter sido preservá-lo desse ambiente, para que a euforia e a cobrança não o atingissem. O grande número de opções contratadas para a posição, também fez com que o jogador fosse deixado um pouco de lado dos holofotes e pudesse trabalhar com tranquilidade.
Diferente de ano anteriores onde nunca houve um ambiente favorável para que um atleta da base pudesse desabrochar (ano passado Nathan, João Pedro e Victor Luís foram lançados em um momento complicado), o planejamento realizado pelo futebol em 2015, permitiu que a joia fosse trabalhada com calma. Com cautela, Gabriel foi relacionado para algumas partidas do Campeonato Paulista e mesmo com o apelo de alguns torcedores (como no famoso episódio em São Bernardo: Gabrieeelll Gabrieeell), ele estava ali no banco, apenas ganhando cancha. Um passo importante para o crescimento do jogador. A diferença entre os juniores e o profissional, é monstruosa. Fisicamente, tecnicamente, em termos de malícia, tudo. Apenas a convivência com grandes atletas, experientes e rodados (como temos no elenco hoje em dia), já é suficiente para a transformação interna de um profissional.
A maturação de Gabriel certamente passa por essa situação de convivência com alguns pilares do time. Nos treinamentos provavelmente é onde o jogador assimilou muitas características de seus companheiros, como nas finalizações, posicionamento, atalhos em campo, e as somou com as suas habilidades naturais. Aos poucos ele foi entrando nos jogos menos importantes para se acostumar com o ambiente e o peso de vestir a camisa do Palmeiras. Não chegou a fazer nenhuma grande partida, mas foi evoluindo aos poucos e já mostrava em lances individuais o que viria pela frente. Talvez um misto de ansiedade, imaturidade e afobação o tenha atrapalhado no começo. Natural para um jogador de 18 anos de idade.
– Vídeo com os Melhores Momentos:
O peso do elenco do Palmeiras e a importância de algumas partidas, fez com que ele ficasse em 2º plano em alguns jogos, pela necessidade da entrada de jogadores mais prontos em campo. Principalmente em uma competição como o Campeonato Brasileiro, que é muito mais forte do que os campeonatos regionais. De qualquer maneira ele continuou sendo relacionado, entrou em alguns jogos e chegou perto de fazer um gol. Com a vinda de Marcelo Oliveira, todos os atletas do elenco passaram a brigar novamente por seu espaço, já que o novo professor chegou para testar as opções antes de montar a sua equipe. O time passou por algumas trocas, mas Gabriel continuou sendo relacionado para os jogos, mesmo com a chegada/volta de outros atacantes.
Após algumas tentativas “batendo na trave”, o seu 1º gol no profissional finalmente saiu no jogo de volta contra o ASA pela Copa do Brasil. O jogador entrou no segundo tempo da partida, e em uma jogada de oportunismo, ele se jogou de carrinho para empurrar a bola para o fundo das redes. Um alívio principalmente para o jogador, que até chorou na comemoração e foi abraçado pelo time inteiro. Claro que ele estava sentindo a pressão e a cobrança vinda dele mesmo.
A partir daí nenhuma grande atuação para o menino, até a partida contra o Atlético-MG no Independência, há uma semana, em que ele entrou em campo no segundo tempo no lugar de Andrei Girotto e fez um grande jogo. Mostrou personalidade, buscou a bola, imprimiu velocidade, atacou e foi um dos destaques do time; o que foi suficiente, mesmo com a derrota da equipe, para que Marcelo Oliveira, desse uma chance ao garoto na equipe titular, no lugar de Rafael Marques. E a partir daí todos sabem o que aconteceu. Na Copa do Brasil contra o Cruzeiro, ele acabou com a partida. Correu, marcou, ajudou, deu toques de qualidade e fez dois golaços. Ontem contra o Joinville, foi titular novamente e não decepcionou. Novamente o melhor em campo; com muita força física, vitalidade, correria e categoria. Deixou um golaço no início do jogo e fez o 3º gol em uma jogada de oportunismo.
A sua atuação foi tamanha, que ao deixar o gramado com cãibras, Jesus ganhou uma música especial da arquibancada “Glória Glória Aleluia, É Gabriel Jesus” cantou o Allianz Parque sem exceção. A joia alviverde de uma hora para outra, virou o protagonista do time, em apenas 2 jogos! É o principal alvo das reportagens, deu entrevista coletiva, todos estão falando do menino.
Mas o que será que aconteceu para que esse salto de aproveitamento fosse dado em 2,5 partidas? Como repentinamente, o futebol do menino passou de promissor mas um pouco tímido, para real e ousado?
O que assusta é a velocidade com que essa transição ocorreu. Se pensarmos que ele virou profissional esse ano, vemos que em apenas 8 meses esse crescimento absurdo virou realidade. É muito pouco tempo. O que significa que ele já chegou ao time principal muito preparado para assumir a sua função, com a necessidade de alguns ajustes normais que vieram com o tempo e experiência. Não pode se dizer que ele chegou como uma joia bruta, pois isso demandaria um tempo de maturação maior do que esse. O menino chegou lapidado e finalmente perdeu a timidez para soltar o seu futebol. E agora a confiança parece fazer o que resta desse papel.
Os dois treinadores sem dúvida alguma foram importantíssimos para a evolução do jogador; primeiro Oswaldo de Oliveira que teve calma, não caiu na pilha de todos para soltá-lo precocemente e soube ter paciência com o jogador. E Marcelo Oliveira que teve o timing perfeito para colocá-lo de titular e para que essa transição repentina ocorresse. O jogador explodiu no momento exato. Provavelmente nos treinamentos ele devia estar mostrando além de muita vontade, que tinha condição de brigar por sua titularidade. O treinador deu a ele a chance e ela foi aproveitada com todas as suas forças.
A euforia parece ter tomado conta dos torcedores e imprensa, mas o trabalho deve continuar sendo feito da mesma maneira, com muito treinamento e cabeça no lugar para que a sua evolução daqui em diante, seja cada vez maior. O menino é bastante humilde e com certeza o sucesso não o atrapalhará nessa altura do campeonato, ainda mais porque o Verdão tem um elenco muito forte (principalmente no ataque) e nenhum jogador tem vaga garantida entre os titulares, o que obriga que o seu esforço seja contínuo. Independente disso, todos estão muito felizes, pois finalmente parece que temos uma VERDADEIRA JOIA revelada no clube e esperamos que ele nos dê muitas felicidades, com os seus golaços e alegria de jogar. Que venha muito mais!!
Vamos Verdão!
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