O 1º Congresso Palmeiras de Ciências do Futebol atingiu todas as expectativas e chegou ao fim na noite do último domingo (11)
Depois de três dias de intensas palestras e mesas redondas realizadas na Faculdade das Américas (FAM), que serviram para abrir uma nova Era de trocas de experiências no futebol brasileiro, público e participantes aprovaram a inovação, como foi o caso do ex-jogador Seedorf.
“É um congresso importante, uma iniciativa muito boa. Poder contribuir com um pouco da minha experiência é um prazer em um país que me deu muito. Sempre falei que a minha relação com o Brasil não acabará nunca mais. O que criamos foi muito forte, e foi um prazer participar. O Palmeiras tomou uma iniciativa que eu espero que cresça porque é muito importante trocar ideias para o futebol brasileiro e mundial. O tempo fez com que as diferenças técnicas e de preparação com o Brasil fossem diminuindo, e agora tem de fazer uma autocrítica, olhar para os outros para aprender e renovas as coisas. O Brasil tem muita coisa boa para voltar a ter um fluxo de jogadores importantes”, comentou o ex-meia da Seleção Holandesa.
Com vasta experiência no futebol do exterior e uma passagem pelo Botafogo ainda como atleta, o agora técnico Clarence Seedorf foi destaque na noite de sábado (10), discursando sobre as diferenças do esporte no Brasil e na Europa junto com os jornalistas Paulo Calçade e Ana Thaís Matos.
O primeiro dia de conversas contou com a presença, entre outros, do presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, e do coordenador científico do Verdão, Altamiro Bottino.
“A ideia (do congresso) foi do colega Thiago Santi (preparador físico do Palmeiras), e ela foi abraçada por todos nós. Tínhamos a intenção de que pudéssemos dividir a nossas inquietações com outros profissionais do Brasil e encontrar soluções que são boas para o futebol”, comentou Bottino.
“A discussão de futebol ainda é muito verde no Brasil e precisa ser amadurecida. Vejo que o desconhecimento de situações táticas, periodização e conceito de análise de desempenho ainda causa muito preconceito e muita resistência. E o futebol nada mais é do que o reflexo da sociedade, que prefere votar em detrimento de uma causa individual do que em uma causa coletiva. A gente ainda enxerga o treinador, o especialista para roubar a bola e o camisa 10, mas, na realidade, todos têm as mesmas responsabilidades para fazer ações ofensivas com a posse de bola e ações defensivas sem a posse de bola, além de ter um nível de preparações física, técnica e tática. Isso foi discutido aqui, e é bacana ver profissionais de referência trazendo todo o seu conhecimento”, falou o gerente.
No domingo (11), a participação dos profissionais do Palmeiras começou com o coordenador geral das categorias de base, João Paulo Sampaio, que fechou um circuito de cinco palestras referentes ao trabalho dentro e fora dos campos com os garotos que sonham em se tornar profissionais. Depois, a nutricionista Alessandra Favano fez parte de uma mesa redonda que discursou sobre a importância de uma alimentação correta e equilibrada dentro do esporte. Por fim, o médico Rubens Sampaio, o radiologista André Yamada e o fisioterapeuta Jomar Ottoni, todos do Verdão, encerraram o congresso com uma conversa sobre tratamento e reabilitação física.
“É muito legal congregar disciplinas diferentes falando de ciências do futebol, com todo mundo contribuindo dentro da sua área. A soma das partes juntas é maior do que o todo, e isso é bem legal. Espero ter contribuído para este projeto, e tomara que tenhamos novas edições futuramente”, declarou Rubens Sampaio.