Organizado pelo clube, o evento reúne diversos profissionais das áreas médica e administrativa para discutir os principais assuntos que envolvem o futebol
O Palmeiras iniciou, na última sexta-feira (09), o 1º Congresso de Ciências do Futebol. Dividido entre os dias 9 e 11 de outubro e realizado na Faculdade das Américas (FAM), o congresso aborda temas de preparação física, fisiologia, recuperação muscular, gestão esportiva, tecnologias esportivas, entre outros.
A cerimônia de abertura do congresso contou com a presença do presidente Paulo Nobre, que discursou sobre a importância deste acontecimento.
“Historicamente, o Palmeiras é inovador em coisas relacionadas ao futebol. Promover um congresso falando sobre ciência de futebol é mais uma inovação, um pioneirismo, e eu, como presidente do Palmeiras hoje, me sinto muito honrado”, declarou o mandatário, que explicou o conceito da tecnologia usada dentro do futebol.
“A ciência no futebol não garantirá que o jogador não se contunda ou que uma lesão de oito meses se resolva em uma semana. Não existe mágica, e muita gente confunde isso. Mas, no futebol atual, qualquer coisa que você tem acima da concorrência é uma vantagem grande. A ciência ligada ao futebol te dá a oportunidade de prevenir algumas lesões e possibilita recuperar os jogadores em um tempo mais curto do que o esperado. Eu acredito muito neste trabalho”, completou.
O primeiro palestrante da noite de sexta foi Altamiro Bottino, coordenador científicio do Palmeiras e um dos responsáveis pelo projeto.
“A ideia foi do colega Thiago Santi (preparador físico do Palmeiras), e ela foi abraçada por todos nós. Tínhamos a intenção de que pudéssemos dividir a nossas inquietações com outros profissionais do Brasil, e até encontrar soluções que são boas para o futebol”, comentou o funcionário.
No sábado (10) e no domingo (11), outros profissionais do Verdão compartilharão experiências na FAM. São eles: Alessandro Fromer (fisiologista), Juvenilson Souza (preparador físico), Cícero Souza (gerente de futebol), Gustavo Nicoline (análise de desempenho), João Paulo Sampaio (coordenador das categorias de base), Alessandra Favano (nutricionista), Rubens Sampaio (médico), André Yamada (radiologista) e Jomar Ottoni (fisioterapeuta), além de vários outros palestrantes de diversas áreas, como o ex-jogador Seedorf, que falará sobre as diferenças do futebol brasileiro e europeu.
Modernização no Palmeiras
Desde o início deste ano, principalmente com a chegada de Altamiro Bottino, o Verdão passou a utilizar a tecnologia junto aos atletas do futebol profissional, sendo que o principal foco é a reabilitação dos palmeirenses nos dias seguintes às partidas.
>Aceleração na recuperação: O jogador, ao invés de realizar o tratamento em repouso, alterna atividades físicas com tratamento, o que possibilita uma região reparada e mais forte para iniciar a transição para o gramado.
“Instituímos um protocolo de tratamento, principalmente para lesões musculares. Estamos acelerando em relação à ativação muscular, ou seja, estamos acelerando o uso da musculatura, o que melhora as condições locais de oxigenação, de celuridade. O atleta volta mais rápido para o campo. Estamos tendo bons resultados”, explicou o médico Rubens Sampaio.
Por conta dos recentes retornos dos jogadores, mais rápidos que o tempo estatístico (usado no mundo todo), a Uefa, sob a figura de Jan Ekstrand, conheceu a estrutura física e humana do clube em agosto deste ano.
>Recovery: Além da metodologia citada acima, o Palmeiras dispõe do chamado recovery, circuito de estações para recuperar a musculatura dos atletas após as partidas. Jomar Ottoni, fisioterapeuta que veio do Cruzeiro no começo da temporada, enalteceu os investimentos feitos pelo Alviverde.
“Com o recovery, captamos alguns recursos para acelerar a recuperação física. Isso foi um investimento do clube e os atletas estão indo mais inteiros para os jogos e com a chance menor de se machucarem. Em um campeonato por pontos corridos, faz diferença ter mecanismos deste tipo”, falou.
Para Jomar, os frutos plantados neste ano serão colhidos em 2016.
“Estamos também fazendo algumas coisas individuais de prevenção (como controle individual de carga, termografia etc), mas ainda não conseguimos uma ação mais complexa. Para o ano que vem, conhecendo mais o elenco, conseguiremos trabalhar melhor esta questão. Em 2016, quando inaugurar o centro de excelência, o Palmeiras será vanguarda”, concluiu o funcionário, lembrando da nova estrutura que está sendo construída na Academia de Futebol, que abrigará e tratará os jogadores do elenco.
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