A falta de sorte do Palmeiras nos últimos jogos não entrou em campo. Já do lado do arquirrival, vitórias não foram suficientes para espantar má fase e eliminações recentes.
Diego Garcia Barboza (@diegogarbar)
Redação Mídia Palmeirense
Parece que tudo o que foi dito aqui nos últimos dias, foi ouvido por Oswaldo de Oliveira e sua equipe. Ressaltamos a importância de resgatar o espírito daquele time que, no dia 19 de abril deste ano, triunfou pelas semifinais do Paulista em Itaquera, diante de seu maior rival, após 90 minutos eletrizantes e disputa de pênaltis de tirar o fôlego.
Resgatar esse espírito significaria apagar todas as últimas partidas decepcionantes e retomar à memória aquela conquista aguerrida em território inimigo. Naquele dia, provamos para nós mesmos (torcida e jogadores) que o Palmeiras não deve temer ninguém! Fomos a Itaquera e jogamos 90 minutos buscando a classificação, que veio, merecidamente, através do sofrimento dos pênaltis. E da mesma maneira que essa vitória nos marcou, ela também deixou cicatrizes em nossos rivais, que sentiram na pele o peso da eliminação em um Derby e, de quebra, viram que não eram invencíveis como se consideravam até aquele momento.
Todos esses fatores somados aos “temperos” que citamos aqui no pré-jogo, foram responsáveis pelo resultado da partida de ontem. Do lado Verde parece que Oswaldo de Oliveira conseguiu solucionar o problema que enfrentou no ataque nesses últimos jogos, ao incumbir Rafael Marques com a missão de ser o centroavante de seu esquema. A falta de sorte do time alviverde nos últimos jogos não entrou em campo. Já do lado do nosso arquirrival, parece que as vitórias nas primeiras rodadas não foram suficientes para espantar a má fase e as eliminações recentes. Além disso, sem os seus principais atacantes, a qualidade do time despencou. A soma de todos esses problemas parece ter sido muito pesada para o nosso rival.
Depois de fazer mistério durante os últimos treinos em relação ao centroavante do time, Oswaldo escalou o Palmeiras para o Derby com a seguinte formação: Prass, Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Egídio; Gabriel e Arouca; Kelvin, Valdívia e Zé Roberto; Rafael Marques no ataque. Apesar de já ter dado algumas entrevistas dizendo que prefere atuar pelos lados do campo ou como meia, escalar Rafael Marques como um “falso 9” parece ter sido a grande jogada do nosso treinador para esse jogo.
A partida começou muito agitada e logo de princípio os dois times já mostravam que buscariam a vitória. Jogando fora de casa, o Palmeiras não se acanhou e aos 3 minutos de jogo já criara o seu 1º lance de perigo. Jogada bem trabalhada por Lucas na lateral direita, que tocou para Arouca na entrada da área, o volante dominou e fez o pivô para Kelvin, que chegou de frente batendo com muito perigo, raspando o travessão de Cássio. No lance seguinte, resposta do adversário. Ralf fez um lançamento do meio de campo e encontrou Renato Augusto aberto na esquerda. O campo estava molhado e o quique da bola enganou Gabriel que não matou o lance. O meia, mesmo com ângulo reduzido, entrou cara a cara com Fernando Prass, mas nosso goleiro conseguiu salvar com o pé esquerdo.
A partir daí a partida, que parecia muito aberta, ficou mais truncada no meio campo e os times já não conseguiam criar as chances com a mesma liberdade que tiveram no início do jogo. O Palmeiras, compacto e com marcação bastante adiantada, pressionava a saída de bola do adversário e o sufocava. O SCCP incomodava no lado esquerdo com Renato Augusto nas costas de Gabriel, mas, apesar disso, o Verdão mostrava-se muito à vontade em campo. A movimentação e a troca de passes entre Arouca/Zé Roberto/Kelvin/Valdívia/Rafael Marques parecia confundir o inimigo e começava a surtir efeito com a abertura de brechas na lateral esquerda de Fábio Santos. E foi por ali, aos 24 minutos que sairia o gol do Verdão. Valdívia brigou pela bola na direita, saiu com ela dominada no ar, fez três embaixadinhas e encontrou Kelvin aberto ao seu lado. O atacante cortou de direita para dentro e com o pé esquerdo cruzou no 2º pau, nas costas da zaga adversária. Rafael Marques percebeu a jogada, e mesmo marcado por 2 jogadores, conseguiu fechar na 2ª trave, cabeceando com muita categoria entre a forquilha e Cássio. Indefensável. 3º gol do atacante em clássicos. O 8º do ano. Ele tem estrela em grandes jogos. 1×0 para o Alviverde!
O gol pareceu esfriar ainda mais o time da casa e o Palmeiras manteve o jogo sob controle, contra um rival apático, que, sem Guerrero e Sheik, perdeu todo o seu poder de fogo. A partida já se encaminhava para o intervalo, quando aos 46 minutos, Zé Roberto cabeceou uma bola espirrada na intermediária para Valdívia, novamente na direita. O chileno foi para a lateral e cruzou para Zé Roberto, já dentro da área, que dominou a frente do defensor e bateu em cima de Cássio. A bola subiu e Zé só teve o trabalho de empurrar de cabeça para o gol vazio. 2×0 para o Verdão!! Gol merecido para o meia e capitão do time, que atravessou o campo batendo no peito para comemorar com os companheiros no banco de reservas. A torcida alviverde pulsava nas arquibancadas de Itaquera. O Palmeiras iria para o intervalo com uma grande vantagem.
Os times voltaram a campo com o SCCP modificado para o 2º tempo, Mendoza entrou no lugar de Ralf. Como era de se esperar, o rival veio para cima tentando pressionar o Palmeiras. Primeiro em uma batida de Fagner que não levou perigo. Um pouco depois o Verdão perdeu bola no ataque e, no contra ataque, Renato Augusto carregou e enfiou passe em diagonal para Mendoza, o atacante chegou batendo no meio da zaga verde e a bola passou raspando o gol de Prass. Foi a melhor chance do SCCP na partida. O Alviverde reagiria minutos depois em jogada criada por Valdívia. O chileno deu lindo passe enfiado no meio da zaga rival para Zé Roberto, que chegou dominando na corrida e colocou na frente, mas bateu de esquerda fraco, em cima de Cássio. Poderia ter sido o 3º gol. Na continuação do lance, falta na entrada da área batida com muito perigo pelo próprio Zé, obrigando Cássio a fazer grande defesa novamente. O técnico do SCCP viu que o seu time estava em apuros e resolveu mandar Danilo a campo no lugar de Petros.
A substituição não surtiu o efeito esperado e novamente o Palmeiras dominava as ações do jogo. Lucas sentiu cãibras e deixou o campo para a entrada de Ayrton. Aos 33 o Verdão criaria outra chance claríssima de gol. Após batida de falta do rival em cima da barreira, Kelvin puxou contra ataque da defesa Verde, conduziu com velocidade e, na entrada da área, rolou na esquerda para Egídio chegar batendo. Era só caprichar para guardar, mas o lateral bateu em cima do goleiro. Um pouco depois, Arouca, que fez uma grande partida (não perdeu uma bola, talvez sua melhor partida até agora pelo Palmeiras), foi substituído com cãibras. Em seu lugar, entrou Amaral. E o jogo esfriou, com o SCCP fazendo esboços de ataques que não davam em nada e o Palmeiras se defendendo de maneira sólida.
E assim acabou a partida em Itaquera. O árbitro encerrou o jogo e o Verdão, após um mês e meio, sai com um novo triunfo do estádio arquirrival. O Palmeiras se portou de maneira impecável e teve mais uma atuação de gala em um clássico nesse ano. No fim, os 2×0 ficaram de bom tamanho para o SCCP que poderia ter tomado uma goleada em casa, tamanha a fraqueza demonstrada pela equipe no jogo. O que uma derrota no Derby, em casa, em uma semifinal de Paulista não é capaz de fazer… Se Tite soubesse do efeito devastador que a derrota causaria a sua equipe, nunca teria desdenhado do Palmeiras naquele 19 de Abril. Provavelmente essa nova derrota no clássico custará caro para o time rival, enquanto que efeitos positivos são esperados no Palestra Italia.
Resta saber se a grande atuação do Verdão, com o time jogando de maneira compacta, unida, pressionando a saída de bola do adversário, com constante troca de posições e ultrapassagens, será o padrão da equipe para as próximas partidas. Rafael Marques deverá ser mantido no ataque? Conseguimos a nossa primeira vitória no campeonato e esperamos que ela nos embale para essa sequência. O espírito deve ser esse em todos os jogos e isso requer muito esforço. Devemos parabenizar o time que entrou em campo e honrou a história Palmeirense hoje. Praticamente todos tiveram grande atuação, com destaques para Valdívia, Zé Roberto, Rafael Marques, Kelvin e Arouca. É isso que esperamos daqui para frente. Que venha o Inter, com casa cheia e vamos atrás de mais 3 pontos. E que, para o bem de todos, a novela envolvendo Valdívia tenha um fim em breve, seja com desfecho positivo ou negativo.
SAUDAÇÕES PALESTRINAS!
VAMOS PALMEIRAS!
Ficha técnica: Corinthians 0 x 2 Palmeiras
São Paulo (SP)
Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Data: 31 de maio de 2015, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Vinícius Gonçalves Dias Araújo (SP)
Assistentes: Rogério Pablos Zanardo e Daniel Paulo Ziolli (ambos de SP)
Público: 29.479 pagantes (total de 29.869)
Renda: R$ 1.784.531,76
Cartões amarelos: Ralf, Renato Augusto, Gil, Edílson e Danilo (Corinthians); Arouca, Egídio, Lucas, Valdivia e Kelvin (Palmeiras)
Gols: PALMEIRAS: Rafael Marques, aos 24, e Zé Roberto, aos 46 minutos do primeiro tempo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner (Edílson), Edu Dracena, Gil e Fábio Santos; Ralf (Mendoza), Bruno Henrique, Jadson, Petros (Danilo) e Renato Augusto; Romero
Técnico: Tite
PALMEIRAS: Fernando Prass; Lucas (Ayrton), Vitor Hugo, Jackson e Egídio; Gabriel, Arouca (Amaral), Kelvin (Leandro), Valdivia e Zé Roberto; Rafael Marques
Técnico: Oswaldo de Oliveira