Determinação da Conmebol sobre publicidade nos estádios da Libertadores causa conflito e Palmeiras pode ter que jogar competição internacional fora de casa
O jornal Folha de São Paulo, em reportagem de Camila Mattoso, publicou nesta sexta-feira (12) a informação de que o Palmeiras já foi avisado pela Conmebol que não poderá exibir marca de patrocinadores externos – que não sejam os da confederação, estampados nas placas em volta do gramado – durante os jogos da Copa Libertadores da América.
A entidade entregou na última semana aos clubes participantes da competição um manual técnico de direitos de patrocínio. No item 18.2 alínea b) do regulamento da competição consta:
“Os clubes mandantes de partidas oficiais da Copa Bridgestone Libertadores, conforme o Manual Técnico: Direitos de Patrocínio, tema obrigação de entregar para seus respectivos jogos o estádio livre de todo tipo de publicidade, inclusive institucional e/ou nomes e símbolos de clubes e/ou instituições que não participam da edição atual do Torneio, com a responsabilidade intransferível de retirar ou cobrir cobrir a exposição comercial das marcas ali presentes.”
Vale lembrar que o Allianz Parque já passou por um problema semelhante na estreia do Palmeiras no Campeonato Brasileiro de 2015, quando, por conflito com a Globo, as placas de publicidade no estádio foram cobertas, com a ameaça de perda de mando de campo ao Palmeiras. A reação da torcida foi espontânea, as coberturas foram arrancadas para que a marca da Allianz, que detém os naming rights do estádio, fosse exibida. O episódio foi valorizado pela mostra de parceria entre torcida e patrocinadores.
Posteriormente o problema foi contornado e as placas continuaram expostas. Hoje, além da Allianz, o Banco do Brasil também tem sua marca exibida em setores do estádio.
Guilherme Lipi, gestor do departamento Arena Palmeiras, em entrevista ao programa Seleção Sportv, nesta tarde informou o que já aconteceu até o momento entre clube e Conmebol.
“Foi feita uma visita técnica com a equipe da Conmebol que organiza a Libertadores e eles ficaram de analisar a nossa situação caso a caso. O Palmeiras pleiteará para manter a quantidade máxima possível de propriedades estáticas que já foram comercializadas no estádio. A gente aguarda essa análise da equipe de Conmebol e, dependendo do retorno, a gente vai intervir para tentar manter o maior número possível de publicidades que já existem no estádio.” adicionando que ainda não existe nenhuma decisão formal da Conmebol sobre o caso do Palmeiras.
“Nós não trabalhamos com essa hipótese internamente. O torcedor pode ficar tranquilo que o Palmeiras vai fazer de tudo para conciliar os interesses da arena, da Conmebol e tentar fazer uma mediação para que a gente possa manter essas propriedades, que são importantes para a vida do estádio e essenciais para o bom andamento da arena do Palmeiras” confirmou Guilherme.
O Palmeiras deve tentar um acordo com a Conmebol, já que conta com a força da torcida e atmosfera do estádio como um trunfo na competição. Caso não seja possível chegar a um entendimento com a entidade, serão avaliadas quais as sanções em caso de desrespeito ao regulamento e pesar a opção por atuar fora do Allianz Parque. Cobrir ou retirar os patrocínios iria contra os acordos já firmados pelo Allianz Parque.
A WTorre, que administra a arena palmeirense, se pronunciou nesta tarde, através de um manifesto, sobre a postura da Conmebol:
“Ao recomendar que a Sociedade Esportiva Palmeiras retire de seu estádio, o Allianz Parque, toda e qualquer forma de exposição de marcas que firam os direitos de seus patrocinadores, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) coloca seus próprios interesses acima dos interesses do protagonista do espetáculo. Os interesses comerciais e financeiros da Sociedade Esportiva Palmeiras e de todos os outros clubes têm de estar acima de quaisquer outros – diz a publicação, que ainda ressalta a arena como “referência que deve ser tratada como tal dentro e fora do país”
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